segunda-feira, 12 de outubro de 2020

SABEMOS AMAR?/CANAL LILI ESPAÇO REFLEXÃO.

                    SABEMOS AMAR?

Hoje nossa reflexão começa com está pergunta: Sabemos Amar? 
Vamos ver se encontramos a resposta no decorrer da conversa. 

A afetividade é muito importante para a vida humana, porque Deus nos criou com essa necessidade espiritual, emocional e psíquica. 
Deus nos criou com a chancela do Amor na alma, porque a Lei do Amor é sua principal Lei, e por isso mesmo, sem a afetividade a vida torna-se sem graça e sem sentido.

Então, a felicidade humana depende da qualidade das relações.

E o fato é que os bons relacionamentos estão ligados à capacidade de doação, de valorização do outro, de troca de cuidados, carinho e cumplicidade.

Nós podemos constatar tanto na psicologia espírita, quanto na psicologia analítica, que o Desenvolvimento da afetividade no ser Humano acontece como resultado do amadurecimento psicológico, moral e intelectual do indivíduo.

Nem sempre porém, a afetividade resulta da aquisição de cultura, mas sim de perfeita harmonia entre sentir e saber, de forma que possa o Indivíduo equilibrar-se emocional e espiritualmente, evitando os conflitos emocionais e psicológicos que todo Ser está sujeito em seu processo evolutivo.

Porque o fato de o primitivismo das paixões grosseiras estar ainda arraigado em o sentimento humano, faz com que
a maioria das pessoas carreguem seus conflitos emocionais e espirituais para as suas relações,  prejudicando- as sobremaneira. 

Isso faz com que o sentimento de Paixão, que não é amor mas sim desejo, predomine na alma humana. 

Então existe imensa confusão entre os sentimentos de paixão e o Amor, por grande parte da Humanidade. 
Porque o Amor é um sentimento maduro e sublimado, já  a paixão,  está muito ligada ao primarismo e a projeção psicológica.

A paixão está ligada primarismo, que por sua vez corresponde aos sentidos mais grosseiros, de uma alma ainda pouco desenvolvida emocional e espiritualmente, e que por sua vez projeta psicológicamente seus conflitos e pendências ainda não resolvidos em suas relações. 

Diz a psicologia analítica que todos os Seres Humanos, possuem em sua psique, uma porção masculina ou feminina, contrária ao seu gênero e que precisa ser desenvolvida na personalidade, porque senão a pessoa tende a projetar essa porção sexual não desenvolvida em suas relações.

O Homem tem a porção feminina(anima) e a Mulher a porção masculina(animus) em sua psique.

Essas porções sexuais contrárias ao gênero da pessoa, formam no inconsciente Humano, uma imagem masculina ou feminina, idealizada como adequada e desejada para relacionar-se sexual e afetivamente. Todos têm isso, porque faz parte da psique humana. 

A paixão ocorre quando o Indivíduo encontra alguém que se enquadre nessa imagem criada em seu inconsciente, quando automaticamente esse alguém desperta o seu interesse sexual e certo encantamento. 

Mas percebemos que esse encantamento é irreal, porque é resultado da busca pela imagem idealizada no inconsciente, e não é uma admiração real, resultante da admiração desenvolvida pela convivência com a pessoa.

Essa paixão ou encantamento trata-se na realidade, do encantamento por si mesmo, que foi projetado psicologicamente no outro. 

Isso não teria grandes problemas se após a paixão e no decorrer da relação, se buscasse desenvolver pelo parceiro, a admiração real, o respeito à individualidade e a tolerância em relação aos defeitos da pessoa, vez que todos têm qualidades e defeitos.

O problema é que no mais das vezes, por falta de equilíbrio emocional e espiritual, resultam dessa paixão e falso encantamento, decepções, reclamações, críticas, cobranças e ofensas devidos à não aceitação da realidade do parceiro, de quem realmente a pessoa é.

Ou seja, o apaixonado costuma atribuir virtudes e belezas que a pessoa não possue de fato, por causa da projeção psicológica e por falta de conhecimento da realidade da pessoa, de quem realmente a pessoa é e mais à sua própria falta de amadurecimento emocional e espiritual.

E o pior é que à partir desta idealização, a maioria das pessoas costuma exigir que o outro seja como imaginou e sonhou, e que a pessoa aja e reaja como deseja e espera, sem o menor respeito pela individualidade e liberdade do outro. 

E o parceiro por sua vez, pode utilizar de máscaras e se fazer passar por alguém que não é, à fim de agradar o outro e na tentativa inútil de manter a relação. Mas isso tem prazo curto de validade, uma vez que ninguém consegue fingir ser quem não é por muito tempo. 

Daí a relação vira um inferno. 

À medida em que se descortina a realidade e com ela o desencanto e a amargura, e dai podem surgir os desentendimentos, Agressividade e até o crime em casos mais extremos. 

Isso ocorre pela falta de tolerância e de aceitação da realidade tal qual se apresenta, ou seja, ocorre pela imaturidade Emocional e Espiritual.

Normalmente os conflitos emocionais geram essa incapacidade de transformar uma paixão em amor verdadeiro, porque a pessoa não estando bem consigo mesma se torna insatisfeita, desejando mais ser amada do que amar. 

Nossos defeitos de personalidade nos impedem de nutrir bons e verdadeiros sentimentos, portanto nos impedem de saber amar.

Esses conflitos nada mais são do que reflexos de uma personalidade atribulada e insatisfeita, que busca prazeres sexuais e outros prazeres, longe de serem emoções de significado mais nobre e que dignificam.

A paixão que termina mal, de forma ruim, trata-se se projeção psicológica, como na estória de Romeu e Julieta, por exemplo, assim como tantas outras estórias que conhecemos e que terminaram de forma negativa pela falta de estrutura emocional e amor real. Essa que é a verdade.

Joanna de Angelis diz em sua obra Lições para A Felicidade:
".... Eis porque se pode asseverar que o Amor é de conteúdo Divino, enquanto que a paixão é uma consequência dos tormentos humanos.
A paixão se nutre dos desejos que defluem do magnetismo sexual, enquanto que o Amor é feito do Amadurecimento psicológico e do discernimento espiritual.
A paixão é rápida e deixa escombros, enquanto que o Amor é duradouro e oferece sementeira de bênçãos...".

Então, é fácil distinguir o Amor verdadeiro da paixão. Na paixão sempre existe os componentes da dominação, ciúme, insegurança, cobranças e críticas. No Amor, existe a alegria e paz, cumplicidade, segurança, fidelidade e respeito pela identidade do parceiro.

O amor real é doce, sem violência nem arroubos desesperados que incendeiam e depois levam ao sofrimento.

O problema é que a maioria das pessoas têm interesses particulares que estão acima do amor, tendo em vista os defeitos de personalidade e os conflitos emocionais. 

Sobre o assunto diz Herculano Pires:
"Diz-se que o amor desinteressado é uma lenda piedosa"
"Quem ama quer, quem quer deseja".

Esse amor do desejo, ainda esta no nível do material, primitivo e grosseiro.

Ou seja, O amor verdadeiro Por si só se basta, porque não impõe condições para gostar, se gosta e pronto. 

Quando só valorizamos o que é nosso, com desrespeito aos valores alheios, o sentimento que sentimos é inveja.

Nosso amor tem mais de egoismo, avareza e inveja, do que sentimento e afeto.

No Amor verdadeiro não existem disputas, ambos são iguais, não existe domínio e submissão. Se ama os valores e a alma do outro.

ENTÃO COMO DEVEMOS AMAR?

Então precisamos aprender a amar.
Entender que amor é energia espiritual.
A essência do amor é afinidade. Tudo começa com a admiração.

Pergunte-se se você admira uma pessoa e saberá se a ama. 

Quando existe a admiração por alguém, o reconhecimento dos valores da pessoa, existe a tendência de aumentar a empatia e a afinidade que se tem por ela.

E quanto mais afinidade, mais aumenta o desejo de convivência com o parceiro, isso flui naturalmente e muitas vezes vai pelo resto da vida e além dela.

E vejam, isso nada tem a ver com volúpia e paixão.

O amor só surge quando existe maturidade emocional e espiritual para conseguir identificar os valores das pessoas, caso contrário vem a frustração.

A sexualidade é uma forma de manifestação do amor e ambos podem se completar, porém a busca da satisfação exclusiva leva a erros e a separação.

A buscar o prazer nada tem a ver com o Amor.

Porque o prazer pode ser encontrado em diversas situações: um cafezinho, um cinema, uma viagem, uma festa, no trabalho e assim por diante.

Porém é errado querer alguém buscando prazer e satisfação do ego, pelo status que a pessoa representa, esses são interesses egoístas e nao é o verdadeiro amor.

Mas o objetivo humano é sublimar o Amor, para vivencia-lo em sua forma mais pura, e para isso é necessário atingir a plenitude à fim de não buscar nos relacionamentos, aquilo que falta em si mesmo.

Por isso é preciso pacificar os próprios conflitos internos para poder ir inteiro para uma relação.

Os sentimentos ruins levam as pessoas a desejarem mais ser amadas do que amar, então é preciso pacificar os sentimentos de carência afetiva, baixa auto-estima, rejeição, medo, Orgulho e egoísmo, à fim de não projetar as próprias mazelas nas relações. 

É preciso corrigir os próprios defeitos de personalidade, porque as nossas sombras nos impedem de nutrir bons e verdadeiros sentimentos, portanto nos impedem de saber amar.

Esses conflitos nada mais são do que reflexos de uma personalidade atribulada e insatisfeita, que busca prazeres sexuais e outros prazeres, longe de serem emoções de significado mais nobre e que dignificam.

Então é preciso compreender a necessidade de desenvolver, incorporar na própria personalidade, a porção masculina ou feminina que cada um possue em seu inconsciente e que é contrária ao seu sexo, ao seu gênero, aquilo que falamos no inicio.

Isso é necessário para que a pessoa se torne plena, completa, evitando assim projetar essa porção não desenvolvida nos relacionamentos, através de reclamações, insatisfações, cobranças, discussões.

Para desenvolver a porção contrária ao gênero, é preciso quebrar paradigmas e preconceitos, entendendo que todos os seres têm a energia masculina e feminina em si, e que manifestar isso é normal e saudável na vida de todos. 

Portanto devemos entender que essa coisa de menino vestir azul e menina vestir rosa, de homem não poder chorar e mulher não poder jogar futebol , não deve existir, pois isso não funciona em nossa realidade existencial. 

É preciso libertar-se dos preconceitos arcaicos e ancestrais, à fim de desenvolver saúde emocional nas relações. 

E isso tudo não se refere apenas às relação românticas não, mas se estende para todo tipo de relação. 

Porque caminhamos para o Amor Universal em sua forma mais sublime. E Amar corresponde ao jeito que eu trato o semelhante.

Amar não pode significar de maneira alguma apreciar a utilidade que o outro tem em nossas vidas. 

Amar verdadeiramente significa tratar bem os pais velhos que começaram a dar trabalho, o filho que se desvia, o amigo que têm defeitos e as vezes nos aborrece, o parceiro ou parceira que não faz aquilo que nos agrada ou que discorda de nós.

Amar significa gostar do outro como ele é, respeitar o jeito do outro.

Se não aprendermos a amar, iremos adoecer junto com nossos familiares, com as pessoas convivemos, pela falta de aceitação e pelo desamor.

A aceitação não significa ser conivente com erros, mas acolher a pessoa, aceita-la como ela é para que ela se sinta amada mesmo errando, assim como desejamos ser amados também apesar de nossos defeitos. 

O correto diante de um desentendimento é dialogar para concluir se houve culpa de minha parte naquele desentendimento.
Concluindo que houve culpa de minha parte, devo buscar corrigir-me e desculpar-me
Mas se concluir que o outro errou, devo dialogar com respeito, e ajuda-lo gentilmente à despertar. 

O jeito como tratamos os outros irá mostrar o amor que sentimos pelas pessoas. A aceitação do outro como ele é, vai dizer sobre o nivel de nossa evolução espirirual.

E as pessoas difíceis é que colocam isso a prova. 
Porque tratar bem as pessoas fáceis é muito fácil. 
Difícil é tratar bem aos difíceis.

Quem ama não critica para denegrir e se precisar advertir, o faz com carinho para ajudar o outro a crescer. 
Quem é saudável emocionalmente é capaz de amar e estabelecer vínculos eternos.
O estabelecimento de vínculos afetivos permanentes está diretamente ligado à evolução espiritual.

A médium Isabel Salomão de Campos nos fala sobre Amor e Paixão o seguinte:
"...Almas Gêmeas não são duas metades que se unem para se completarem, são almas já completas e elas se unem e se reúnem pelo amor em favor da felicidade e da paz de si mesmo e da humanidade, e possuem os mesmos ideais e mesmos pensamentos.

O amor é muito diferente da Paixão, a paixão cega por algum tempo e Quando começa aparecer os defeitos do outro, ela se revolta, abandona e acaba. 

O amor não acaba jamais, vê os defeitos do outro, mas aguarda o progresso do ser amado e o ajuda a progredir.

Não condena..ajuda
Não abandona..ajuda 
Socorre sem exigir. 

O amor não acaba nunca, ele pode ser SOFRIDO mas é sempre AMOR.

O amor é inteligente e racional, ele ajuda, renuncia, ampara, protege e entende.

É razão e sentimento e perdoa sempre e não abandona nunca...".

Existem muitos tipos de Amor: 
amor de pais, amor de irmãos, amor de cônjuges, amor de amigos. 
Mas há somente uma forma de amar: 
dedicando-se e desejando ao outro aquilo que desejamos a nós mesmos.

Então encerro nossa Reflexão sobre o Amor com um poema curto mas significativo, chamado Paixão e Amor e psicografado por Chico Xavier:

De afeições anoto a soma,
De todo ensino que há;
Paixão é o bem que se toma ,
Amor é o bem que se dá.



Nenhum comentário:

Postar um comentário