terça-feira, 26 de agosto de 2014

DEPRESSÃO

                                                                   DEPRESSÃO



A depressão leva o indivíduo a muitos males, além dos efeitos que lhe são próprios cujos sintomas são: perda da vontade de viver, queda do humor, perda de ânimo, ansiedade, isolamento para afastamento social, além disso tudo, a depressão pode levar a pessoa a diversas doenças como: cefaléia, problemas cardio-vasculares, dores lombares, problemas gástricos, etc, assim como à loucura, suicídio e até a morte devido às doenças que são consequências da depressão.

Episódios angustiantes não devem ser confundidos com a depressão, pois àqueles são momentos na vida do indivíduo em que ele experimenta sofrimento por problemas sofridos como por exemplo: perda de afetividade, perda de entes queridos e perda de emprego, coisas assim são causas de uma certa oscilação da emoção e são normais. 

Já a depressão tem como principal característica a constância dos sintomas e das angústias, ou seja, a pessoa tem constantemente queda de humor, desinteresse pela vida, perda da fé e esperança em si próprio, em Deus, nas pessoas, etc. E como diz Joanna D'Angelis: ..."a infelicidade cultivada induz à depressão...".

Várias podem ser  as causas da depressão: biológicas, hereditárias, psíquicas, traumas de infância e traumas de vidas passadas.

Exemplos de causas biológicas: perda de dopamina, endorfina, etc, causas psíquicas: dificuldade de digerir fatos angustiantes, traumas de infância:falta de auto-estima causada pela má educação onde os pais não valorizam, nem incentivam o filho gerando complexo de inferioridade, traumas de vidas passadas: a pessoa não se perdoa por fatos acontecidos e carrega sentimento de culpa e vive a vida presente se punindo, vitimado pela insegurança e arrependimento. Isso acontece também por insucessos da vida presente quando o indivíduo não consegue o que almeja e se auto-pune. É o chamado complexo de ícaro.  

O complexo de superioridade também pode causar depressão. Existem criaturas que foram importantes em vidas passadas e nessa vida não o são e portanto não aceitam a vida que tem no presente , sempre achando que merecem mais do que tem ou são.

A depressão atualmente é a causa de imenso número de enfermidades físico-psicológicas e de grande número de afastamentos do trabalho, gerando como consequência, problemas econômico-sociais.

É preciso saber  a causa da depressão para que se possa tratar a doença com eficácia, não se deve tratar a doença mas sim o doente, porque cada deprimido sofre de um tipo de doença única, um caso único pois as depressões são diferentes.

Como já dito anteriormente, é importante salientar que uma causa muito importante da depressão é o fato de o indivíduo não saber lidar com os problemas da vida, com as angústias que se lhe apresentam, pois as angústias sempre virão, assim como os episódios felizes da vida e querer afastar a angústia é ser infeliz porque não se consegue fazer isso. A felicidade consiste em ultrapassar os episódios infelizes da melhor maneira que se puder, reconstruindo um presente de tranquilidade. 

Em relação à questão dos traumas, o pior problema não é o trauma original mas sim a leitura e a expansão contínua do trauma e os novos registros que ocorrem depois de cada leitura. As leituras e os registro repetidos das nossas experiências negativas vão alimentando e expandindo os traumas na memória. A ampliação do trauma rouba a segurança do indivíduo, assim como a alegria de viver, abate a luta pelos ideais de vida, cria zonas de conflito no inconsciente.

No caso de ofensas por exemplo, quando alguém é ofendido, se imediatamente essa pessoa não protege sua emoção, a ofensa causará um sofrimento que será registrado como uma zona de conflito na memória. Cada vez que o indivíduo pensar e sofrer pelo mesmo motivo fará novos registros ampliando o trauma e prendendo sua emoção e impedindo sua liberdade, segurança, paciência, coragem, etc, enfim, sua felicidade. 

Dessa forma, o PERDÃO DA OFENSA alivia a alma e a RAIVA  coloca combustível na ansiedade. É preciso sabedoria para suportar, compreender e superar as situações imprevisíveis e inevitáveis. Então o perdão em relação aos outros e a si mesmo é a chave para o indivíduo se livrar dos traumas pois o sentimento de culpa é a mais angustiante algema.

A memória humana registra o objeto interpretado e não o objeto real de forma que não importa o tamanho real do problema mas a forma como é interpretado, sentido e superado.

Os traumas são formados na personalidade humana,  pelo que ela capta no inconsciente das cenas que observamos principalmente na infância, brigas de pais, cenas de violência na televisão, perdas, notícias ruins , etc.

O primeiro caminho para resolver um problema com realismo é proteger a emoção e controlar os pensamentos.

O campo da energia psíquica vive num estado contínuo de desequilíbrio e transformação. O momento mais feliz da vida de um individuo desaparece e o mais triste se dissipa porque  a energia psíquica do prazer ou da dor passa inevitavelmente pelo caos e se reorganiza em novas emoções. Não adianta tentar segurar a tranquilidade pois mais cedo ou mais tarde ela irá embora e a ansiedade virá. Ao invés disso, o indivíduo deve cultivar a tranquilidade educando e protegendo a emoção contra o estresse.

                                   Forma de filtrar estímulos estressantes:

1-Uma forma de filtrar estímulos estressantes é contemplar o belo nas pequenas coisas e não ficar girando em torno dos problemas. Todos tem algum tipo de medo e ansiedade. Algumas dificuldades são banais para algumas pessoas e gigantescas para outras.

Os problemas de fora perturbam o ser porque encontram eco em sua memória tendo em vista as zonas de conflito existentes. Dessa forma, o indivíduo deve entender que todo o mal irá embora e a tranquilidade retornará se souber resolver e enfrentar os problemas e conflitos com a serenidade de quem acredita que o mal não é infinito e que Deus quer que aprendamos a lidar bem com a dificuldades usando-as como lição. Assim que aprendida a lição, o sofrimento acabará. Deus quer que sejamos sábios e felizes. 

2-Outra forma para controlar emoções seria diante dos problemas, dissipar o medo e ao invés do desespero deve-se extrair lições e nunca sofrer por antecipação por coisas que jamais acontecerão, pois mais de 90% de nossos medos nunca se concretizarão. O indivíduo deve se proteger rindo do comportamento estranho das pessoas e nunca  se contaminar com eles. Deve-se reciclar a maneira de pensar entendendo que as pessoas sempre tem seu lado bom, ainda que embotado.  A maldade é um momento na vida do ser humano e todos chegarão à perfeição. Devemos aceitar os erros alheios porque todos nós estamos sujeitos ao erro.

3-Localizar em si mesmo os nós que aprisionam a emoção e amarram a liberdade de pensar. É necessário buscar a auto-identificação e analisar as ações e reações individuais diante das mais diversas situações da vida.

Todo ser humano tem dificuldade em dominar e controlar seus pensamentos e emoções, ninguém é senhor pleno de seu próprio mundo psíquico e o maior conflito consiste em negar as próprias misérias interiores.

Em qualquer época da vida humana o indivíduo pode mudar sua personalidade e para tanto basta se mover de força e coragem, ser flexível e realmente querer mudar essas zonas de conflitos da memória. 

Diferentemente dos computadores, os registros da memória humana são involuntários e não poderão ser apagados , o que pode ser feito é a reedição de nossa memória.

Esse fenômeno registra diariamente milhares de experiências na matrizes da memória, arquivos, pois caso contrário não produziríamos pensamentos, seríamos irracionais.

Por isso ao passarmos por problemas, situações difíceis, devemos filtrar os estímulos estressantes fazendo assim gerar um registro brando e inteligente na memória.

O ser humano Possue uma  memória chamada memória existencial que é aquela memória que abrange uma grande área periférica e inconsciente do ser, representa as coisas do passado.

Em relação à esses registros, para reedita-los de uma maneira melhor e branda, é necessário que o indivíduo visite os momentos mais difíceis  de suas histórias, talvez seja necessário perdoar pessoas que causaram-lhe sofrimento ou ainda perdoar a si próprio e ainda aceitar perdas que nunca foram aceitas e compreender situações das quais se esquiva.

Existe também a memória de uso contínuo que é aquela que o indivíduo lê continuamente para produzir os pensamentos cotidianos, as emoções corriqueiras, é a memória consciente. O trânsito entre o mundo consciente e inconsciente é enorme e contínuo. Frequentemente o indivíduo resgata informações de sua infância e traz para o presente produzindo recordações agradáveis ou desagradáveis.

Todas as experiências que tem maior volume emocional são registrados privilegiadamente na memória, gerando zonas de conflito quando são ruins e de prazer quando são boas.

Essas zonas são  lidas continuamente por isso pessoas que tiveram infância feliz tem mais facilidade de superar as dificuldades. Quando a pessoa se deixa dominar pela emoção ruim, ela está aprisionada emocionalmente, exemplo: pessoas que sentem solidão e por isso se sentem tristes ao entardecer. Outro, as pessoas que são impulsivas, não suportam ser minimamente contrariadas e reagem agressivamente.

Solução
1-O primeiro passo é reconhecer a emoção aprisionada. É reconhecer que não   se é um ser humano perfeito. Isso significa passar a ver a vida com os olhos da emoção. Para sanar as crateras da alma é preciso treinamento e educação. 

2-Pensar antes de reagir imediatamente: Para proteger a emoção, quando estiver diante de uma ofensa, crítica, rejeição, perda, desafio , etc, o indivíduo tem no máximo 5 segundos para filtrar e criticar tal estímulo senão ele penetrará na sua emoção e registrará uma zona de conflito.

Como fazer para para e pensar antes de reagir? Produzindo pensamentos inteligentes contra pensamentos negativos e emoções tensas. Exemplo: diante de uma ofensa ,não comprar a ofensa rapidamente, deve-se produzir idéias seguras no oculto da mente, tais como: Eu não quero ser escravo de quem me ofendeu, exijo ser livre e tranquilo, se não fizer isso o fato será arquivado na memória. Após dar um tempo antes de agir, deve-se analisar o fato, se houve ou não erro e tentar saná-lo em caso positivo, pedindo desculpa, se redimindo e modificando a conduta.

Ninguém nasce feliz, é preciso treinar ser feliz aprendendo a proteger a emoção, contemplar o belo nos pequenos eventos da rotina diária e principalmente saber liderar o "Eu" a fim de controlar os pensamentos e reeditar o  inconsciente.

4-Utilizar a Técnica de duvidar e criticar as coisas negativas que alcança o indivíduo a fim de liderar o "Eu", fazer isso várias vezes ao dia, no silêncio da mente pelo menos por seis meses.

Duvidar de tudo que conspire contra a saúde psíquica, criticar todo pensamento negativo e as zonas de conflito que  possui e determinar ser feliz, tranquilo e sereno. Não deixar a energia emocional ir para onde quer, direciona-la. O passado não é lembrado, é reconstruído e a reconstrução do passado pode trazer mecanismos importantes para a superação inconsciente  e são 2 as formas: 1@- Pela intervenção do "Eu" trabalhando a perda e dando a ela um outro significado. Essa é a forma mais inteligente. A 2@ é através do tempo, a recordação contínua do passado acrescenta ou tira inconscientemente novos elementos ao passado que vai sendo ´registrado e mudando a paisagem da memória. Desse modo a perda, o sofrimento, a dor vão diminuindo e o inconsciente vai sendo reeditado, por isso o tempo cura as feridas da alma. Esse dom é uma dádiva que Deus concedeu a toda criatura humana a fim de facilitar a recuperação das dores da alma.

Porém se os elementos acrescentados na reconstrução do passado forem ruins, pensamentos ruins, pode-se desenvolver a depressão. O presente é sempre um passado modificado. A evolução das artes e da ciência dependeu desse processo inconsciente.

A personalidade não para de evoluir, está sempre em processo de formação. Quando reconstruímos o passado, o registramos novamente, mudamos as matrizes da memória e a nossa personalidade evolui. Quando distorcemos intencionalmente o passado, essa distorção é doentia. O ser humano dever ser construtor de idéias boas, criativo, intuitivo. Pessoa que sabe pensar.


Não se deve viver com constante nostalgia e tristeza pelo passado feliz que se foi mas sim construir um presente feliz através da tranquilidade para lidar com os momentos estressantes, de angústia, de perdas e de solidão, sabendo que fazem parte da existência humana e sempre passarão e serão substituídos por momentos mais felizes.

Isso não significa ser passivo diante da vida, dos problemas, pois que se deve tentar resolve-los de toda forma , porém de maneira serena, tranquila. A aceitação de que falamos aqui é  ativa e não passiva. É preciso ser calmo, sereno e confiante para se resolver os problemas.
                                               
                                                Pressão Social-Familiar=Depressão

 O fato de o indivíduo se deixa arrastar pela pressão social e se sentir na  obrigação de agradar aos outros e agir de acordo com os ditames da família e sociedade frequentemente levam à depressão. 


O indivíduo é formado pela sua personalidade(decorrentes de suas encarnações) e também pela educação,cultura e hereditariedade.

Se o indivíduo é absorvido pelos diversos fatores e imposições de sua formação, vai perdendo sua natureza,sua verdadeira personalidade e acaba vivendo de forma diversa do que gostaria.

Dai a importância da reflexão e auto-conhecimento que certamente levarão o indivíduo a trazer à tona suas verdades e tendências alojadas em seu inconsciente para o consciente, a fim de lapidá-las e incorporá-las à sua vida.

Faz parte dessa reflexão  o auto-questionamento e reflexão acerca de perguntas como: o que quero da vida?...quem sou eu?....do que gosto?...qual deve ser minha função, meu objetivo na vida?...

Como um belo exemplo de pessoa deprimida pela pressão exercida sobre si pela família, temos o caso da vida de Madre Tereza de Calcutá, que sofria de depressão porque não tinha vocação para a vida de monja contemplativa que os pais impuseram a ela, e assim ela viveu até os 38 anos de idade quando descobriu que sua verdadeira vocação era para o trabalho social.

Daí vem a sugestão como forma de auto-descoberta individual: questionar sempre os valores  que se lhe impõe a sociedade, a família. As verdades e vontades alheias podem não ser as válidas e boas para determinados indivíduos. É preciso resgatar o Eu verdadeiro, através do auto-descobrimento.

Algumas formas de anti-depressivos eficazes são o interesse pelo próximo no exercício do amor e da caridade, do trabalho social.   

E como maior exemplo de saúde psíquica, não devemos nunca esquecer de Jesus pois foi o mestre dos mestres e  a pessoa mais tranquila e psiquicamente saudável que a humanidade já conheceu.  Soube administrar seus próprios medos e soube lidar com o estresse em todos os momentos de sua vida.

Ele ensinou aos seus discípulos a não serem ansiosos, a terem auto-estima. Ele sabia que o pensamento acelerado produz ansiedade doentia causando sintomas como irritabilidade, insatisfação existencial, má concentração, déficit de memória, fadiga, sono alterado, etc.

Ele sabia que o registro da memória é automático e sabia que a qualidade da emoção determinaria a qualidade do registro por isso falava em parábolas, usava de gestos p ensinar, como lavar os pés de seus discípulos ensinando a humildade , etc. Ele viveu em paz pois não julgava ninguém, entendia que as pessoa tem seu momento de limitação para um dia se tornarem perfeitas. 

Jesus ensinava seus discípulos a não sentirem medo, a terem fé tendo em vista que o que de mais ruim poderia acontecer a eles seria  a morte, porém a morte não existe e ensinava a eles os verdadeiros valores da vida, a continuidade da vida e a lei de causa e efeito onde cada um colhe aquilo que planta. 

Dessa forma o indivíduo deve cada vez mais seguir os exemplos de Jesus e assim, com força de vontade, determinação e fé conseguirá gerir seus pensamentos e emoções e alcançar a saúde  física, psíquica, moral e espiritual, rumo à mais altas conquistas de paz, auto-iluminação e felicidade a que todos estão destinados.

                                      Paz e Felicidade a todos

quinta-feira, 14 de agosto de 2014

Nostalgia e Depressão

                                                              Nostalgia e Depressão

As síndromes de infelicidade cultivada, tornam-se estados patológicos mais profundos de nostalgia, que induzem à depressão. 

O ser humano tem necessidade de auto-expressão, e isso somente é possível quando se sente livre. 

Vitimado pela insegurança e pelo arrependimento, torna-se joguete da nostalgia e da depressão, perdendo a liberdade de movimentos, de ação e de aspiração, face ao estado sombrio em que se homizia.

A nostalgia reflete evocações inconscientes, que parecem haver sido ricas de momentos felizes, que não mais se experimentam. Pode proceder de existências transatas do Espírito, que ora as recapitula nos recônditos profundos do ser. lamentando, sem dar-se conta, não mais as fruir; ou de ocorrências da atual.

Toda perda de bens e de dádivas de prazer, de júbilos, que já não retornam, produzem estados nostálgicos. Não obstante, essa apresentação inicial é saudável, porque expressa equilíbrio, oscilar das emoções dentro de parâmetros perfeitamente naturais. Quando porém, se incorpora ao dia-a-dia, gerando tristeza e pessimismo, torna-se distúrbio que se agrava na razão direta em que reincide no comportamento emocional.

A depressão é sempre uma forma patológica do estado nostálgico.

Esse deperecimento emocional, fez-se também corporal, já que se entrelaçam os fenômenos físicos e psicológicos.

A depressão é acompanhada, quase sempre, da perda da fé em si mesmo, nas demais pessoas e em Deus... Os postulados religiosos não conseguem permanecer gerando equilíbrio, porque se esfacelam ante as reações aflitivas do organismo físico. Não se acreditar capaz de reagir ao estado crepuscular, caracteriza a gravidade do transtorno emocional.

Tenha-se em mente um instrumento qualquer. Quando harmonizado, com as peças ajustadas, produz, sendo utilizado com precisão na função que lhe diz respeito. Quando apresenta qualquer irregularidade mecânica, perde a qualidade operacional. Se a deficiência é grave, apresentando-se em alguma peça relevante, para nada mais serve.

Do mesmo modo, a depressão tem a sua repercussão orgânica ou vice-versa. Um equipamento desorganizado não pode produzir como seria de desejar. Assim, o corpo em desajuste leva a estados emocionais irregulares, tanto quanto esses produzem sensações e enarmonias perturbadoras na conduta psicológica.

No seu início, a depressão se apresenta como desinteresse pelas coisas e pessoas que antes tinham sentido existencial, atividades que estimulavam à luta, realizações que eram motivadoras para o sentido da vida.

À medida que se agrava, a alienação faz que o paciente se encontre em um lugar onde não está a sua realidade.

Poderá deter-se em qualquer situação sem que participe da ocorrência, olhar distante e a mente sem ação, fixada na própria compaixão, na descrença da recuperação da saúde. Normalmente, porém, a grande maioria de depressivos pode conservar a rotina da vida, embora sob expressivo esforço, acreditando-se incapaz de resistir à situação vexatória, desagradável, por muito tempo.

Num estado saudável, o indivíduo sente-se bem, experimentando também dor, tristeza, nostalgia, ansiedade, já que esse oscilar da normalidade é característica dela mesma. Todavia, quando tais ocorrências produzem infelicidade, apresentando-se como verdadeiras desgraças, eis que a depressão se está fixando, tomando corpo lentamente, em forma de reação ao mundo e a todos os seus elementos.
A doença emocional, desse modo, apresenta-se em ambos os níveis da personalidade humana: corpo e mente.

O som provém do instrumento. O que ao segundo afeta, reflete-se no primeiro, na sua qualidade de
exteriorização.

Idéias demoradamente recalcadas, que se negam a externar-se - tristezas, incertezas, medos, ciúmes, ansiedades - contribuem para estados nostálgicos e depressões, que somente podem ser resolvidos, à medida que sejam liberados, deixando a área psicológica em que se refugiam e libertando-a da carga emocional perturbadora.

Toda castração, toda repressão produz efeitos devastadores no comportamento emocional, dando campo à instalação de desordens da personalidade, dentre as quais se destaca a depressão.
É imprescindível, portanto, que o paciente entre em contato com o seu conflito, que o libere, desse modo superando o estado depressivo.

Noutras vezes, a perda dos sentimentos, a fuga para uma aparência indiferente diante das desgraças próprias ou alheias, um falso estoicismo contribuem para que o fechar-se em si mesmo, se transforme em um permanente estado de depressão, por negar-se a amar, embora reclamando da falta de amor dos outros.

Diante de alguém que realmente se interesse pelo seu problema, o paciente pode experimentar uma explosão de lágrimas, todavia, se não estiver interessado profundamente em desembaraçar-se da couraça retentiva, fechando-se outra vez para prosseguir na atitude estóica em que se apraz, negando o mundo e as ocorrências desagradáveis, permanecerá ilhado no transtorno depressivo.
Nem sempre a depressão se expressará de forma autodestrutiva, mas com estado de coração pesado ou preso, disfarçando o esforço que se faz para a rotina cotidiana, ante as correntes que prostram no leito e ali retêm.

Para que se logre prosseguir, é comum ao paciente a adoção de uma atitude de rigidez, de determinação e desinteresse pela sua vida interna, afivelando uma máscara ao rosto, que se apresenta patibular, e podem ser percebidas no corpo essas decisões em forma de rigidez, falta de movimentos harmônicos...

Ainda podemos relacionar como psicogênese de alguns estados depressivos com impulsos suicidas, a conclusão a que o indivíduo chega, considerando-se um fracasso na sua condição, masculina ou feminina, determinando-se por não continuar a existência.]

A situação se torna mais grave, quando se acerca de uma idade especial, 35 ou 40 anos, um pouco mais, um pouco menos, e lhe parece que não conseguiu o que anelava, não se havendo realizado em tal ou qual área, embora noutras se encontre muito bem. Essa reflexão autopunitiva dá gênese a estado depressivo com indução ao suicídio.

Esse sentimento de fracasso, de impossibilidade de êxito pode, também, originar-se em alguma agressão ou rejeição na infância, por parte do pai ou da mãe, criando uma negação pelo corpo ou por si mesmo, e, quando de causa sexual, perturbando completamente o amadurecimento e a expressão da libido.

Nesse capítulo, anotamos a forte incidência de fenômenos obsessivos, que podem desencadear o processo depressivo, abrindo espaço para o suicídio, ou se fixando, a partir do transtorno psicótico, direcionando o paciente para a etapa trágica da autodestruição.

Seja, porém, qual for a gênese desses distúrbios, é de relevante importância para o enfermo considerar que não é doente, mas que se encontra em fase de doença, trabalhando-se sem autocomiseração, nem autopunição para reencontrar os objetivos da existência. Sem o esforço pessoal, mui dificilmente será encontrada uma fórmula ideal para o reequilíbrio, mesmo que sob a terapia de neurolépticos.

O encontro com a consciência, através de avaliação das possibilidades que se desenham para o ser, no seu processo evolutivo, tem valor primacial, porque liberta-o da fixação da idéia depressiva, da autocompaixão, facultando campo para a renovação mental e a ação construtora. 
Sem dúvida, uma bem orientada disciplina de movimentos corporais, revitalizando os anéis e proporcionando estímulos físicos, contribui de forma valiosa para a libertação dos miasmas que intoxicam os centros de força.

Naturalmente, quando o processo se instala - nostalgia que conduz à depressão - a terapia bioenergética (Reich, como também a espírita), a logoterapia (Viktor Frankl), ou conforme se apresentem as síndromes, o concurso do psicoterapeuta especializado, bem como de um grupo de ajuda, se fazem indispensáveis.
A eleição do recurso terapêutico deve ser feita pelo paciente, se dispuser da necessária lucidez para tanto, ou a dos familiares, com melhor juízo, a fim de evitar danos compreensíveis, os quais, ocorrendo, geram mais complexidades e dificuldades de recuperação.

Seja, no entanto, qual for a problemática nessa área, a criação de uma psicosfera saudável em torno do paciente, a mudança de fatores psicossociais no lar e mesmo no ambiente de trabalho constituem valiosos recursos para a reconquista da saúde mental e emocional.
O homem é a medida dos seus esforços e lutas interiores para o autocrescimento, para a aquisição das paisagens emocionais. 

Autor: Joanna de Ângelis
Psicografia de Divaldo Franco

sexta-feira, 1 de agosto de 2014

PRECONCEITO - RELAÇÃO COM O PENSAMENTO E AUTO-CONHECIMENTO

        PRECONCEITO - RELAÇÃO COM O PENSAMENTO E AUTO-CONHECIMENTO



Para começarmos a discorrer sobre o assunto preconceito, é necessário entender o significado da palavra. 
Preconceito significa idéia preconcebida, suspeita, intolerância, aversão a outras raças, credos, religiões, sexualidade, etc. Isso corresponde à  idéia de que o preconceito seria a intolerância ou não aceitação em relação à coisas que não se detêm conhecimento profundo, pois a idéia preconcebida é aquela que se constroe sem o devido estudo ou amadurecimento de determinada questão.

O preconceito está intimamente ligado à formação ou construção de pensamentos, pois toda vez que o indivíduo está diante de algum estímulo, automaticamente recorre à  memória, como se fizesse uma leitura da mesma e constroe pensamentos que contém preconceitos sobre esse estímulo. 

Assim, frequentemente as pessoas tem um conceito prévio dos estímulos que observam, por isso consideram determinadas coisas como belas, feias, morais, imorais e por assim por diante.

À medida que o indivíduo adquire cultura, começa a enxergar o mundo de acordo com o pré-conceito histórico que constitui exatamente os conceitos, paradigmas e parâmetros contidos nessa cultura e que estão gravados em sua memória. Então, torna-se fácil observar que todos os indivíduos carregam em si uma carga de idéias pré-concebidas contidas em suas memórias desde os tempos remotos, contidos na própria história como herança de seus antepassados.     


Dessa forma é importante salientar que os preconceitos individuais de uma pessoa, são  também os reflexos dos preconceitos dos outros, porque desde a infância o ser recebe informações diversas através da educação, dos costumes, da família, dos amigos, dos meios de comunicação de massa, etc, de forma que essas informações todas refletem  no pensamento e comportamento de cada pessoa.


Cada indivíduo deve se perguntar, a fim de fazer uma análise de sua situação frente à questão do preconceito, porque estabelece padrões de vida e comportamento a ou b em sua vida e em relação às coisas e pessoas? porque realmente as suas escolhas são suas, é o que realmente deseja? é o que gosta? é um pensamento originariamente seu?


Esse questionamento levará muito provavelmente à conclusão que a resposta certa é "NÃO".  A pessoa estabelece certas coisas, certos padrões em suas vidas que consequentemente resultam em seus objetivos, ideais de vida e comportamento em relação às mais diversas áreas de sua vida, como por exemplo no casamento, relacionamentos em geral, profissão, vestuário, comida, lazer, sexualidade, etc, e que na verdade são escolhas feitas por consequência da influência do meio e dos padrões gerais da sociedade em que vive.


Certos conceitos são estabelecidos pelo indivíduo tendo em vista o que a  sociedade  considera "NORMAL", certo, errado, bom, mal, bonito, feio, moral, imoral  e etc.  

O pensamento geral modela a sociedade, que de tempos em tempos efetua alguma mudança devido à mudança de hábitos, bem como ao trabalho realizado por pessoas idealistas e revolucionárias e que estão à frente de seu tempo e possuem coragem e força de vontade para lutar por aquilo que acreditam e por seus próprios ideais e objetivos, mesmo que não sejam esses ideais pertencentes à  maioria das pessoas da sociedade em que vivem. 

Graças a isso, a sociedade de hoje é bem melhor do que às sociedades antigas em termos de quebra de preconceitos e do reconhecimento  e igualdade de direitos de alguns de seus membros utilizando como exemplo, os negros, índios, mulheres, homossexuais, etc.

Obviamente que cada pessoa tem suas próprias tendências e idéias e algumas, talvez a minoria, consegue não absorver tudo aquilo que vem do exterior como foi dito acima, formando conceitos novos sobre determinados assuntos, de forma a não incorporar os preconceitos históricos como acontece na grande maioria dos casos. 

Isso é perfeitamente possível uma vez que cada indivíduo corresponde a um universo a parte, com personalidade diferente e não tem  necessariamente de ser tendencioso em relação à opinião da maioria ou aos conceitos e preconceitos da sociedade nem atual e nem antepassada.

Obviamente deve-se levar em conta que a pressão social é muito forte e intensa e isso amedronta levando a maioria das pessoas , como já comentado no tópico sobre o auto-conhecimento, a se utilizarem de máscaras a fim de satisfazer as exigências da sociedade para não sentir uma certa exclusão ou "anormalidade", e se protegerem de qualquer espécie de pressão ou discriminação.  

Por essa razão, é que muito do conteúdo psicológico do indivíduo fica adormecido no inconsciente, por não ser compatível com sua conduta consciente formatada de acordo com os princípios  que o levaram a achar certas coisas certas ou erradas, compatíveis ou incompatíveis com a sociedade em que vive. Daí o indivíduo deixa-se dominar pela sua "Sombra" com parte da personalidade  por ele negada ou desconhecida.

É importante frisar que alguns indivíduos já nascem com certa bagagem adquirida em experiências transatas, tornando-se mais fácil o processo de filtração de idéias e pensamentos que correspondem ao seu "eu" verdadeiro das idéias e conceitos externos. 

Porém, se esse trabalho não foi iniciado em vida passada deve ser iniciado na vida presente, não sendo positivo o adiamento desse trabalho por muito tempo sob pena do insucesso no processo de auto-conhecimento e auto-iluminação, permanecendo o indivíduo na infância emocional e psicológica.

Dessa forma,se deixar arrastar eternamente pelos preconceitos já arraigados na sociedade e que muitas vezes o próprio indivíduo é a vítima, não o ajuda a reciclar sua maneira de pensar e de ver o mundo, as pessoas e a si próprio, o que é muito negativo. Agindo dessa forma o ser passa a obstruir sua criatividade, individualidade, enfim, sua liberdade de expressão, porque a liberdade não consiste apenas em viver em um país dito democrático ou em exercer a liberdade de ir e vir. 
A forma mais importante de exercer o direito de liberdade é poder ser livre para ser diferente e pensar diferente se assim o desejar, e poder expressar isso.

É preciso que cada pessoa busque em seu interior, o que existe de ruim dentro de si que possa estar colaborando com a maldade no Mundo. Porque o seu preconceito, egoísmo, maldade, vaidade, etc,  certamente estão se manifestando de alguma forma para piorar a situação do Planeta em que vive, uma vez que a energia do Planeta é a soma da energia de cada pessoa. 

É de suma importância ter coragem para derrubar antigos conceitos atávicos que o ser carrega e começar a agir por si mesmo, respeitando e atendendo as suas próprias escolhas assim como as escolhas das outras pessoas, vivendo em concordância com seus reais e verdadeiros valores. 

Para isso é necessário, como já falado anteriormente, uma viagem  profunda e sincera no interior de si mesmo a fim de fazer desabrochar de dento de si mesmo seu conteúdo individual mais belo, suas reais tendências, gostos, etc e realmente determinar aquilo que acha certo ou incerto, bonito ou feio, moral ou imoral,  visto que as leis divinas e naturais estão gravadas na consciência humana bastando voltar o olhar  para si mesmo para o reconhecimento dessas leis e respeitando é claro, as leis da sociedade em que se vive e também os direitos de seu próximo.

Para essa realização é necessário que o indivíduo realize uma verdadeira renovação na maneira de pensar e consequentemente de agir, seria como um alargamento de sua estreita e limitada visão em relação aos outros e a si mesmo, e dessa forma poder descobrir que o preconceito que muitas vezes critica nos outros é o seu próprio preconceito. 

É dessa forma que algumas barreiras vem sendo derrubadas ao longo dos tempos,  cabendo a cada pessoa abraçar essa causa em favor de si mesmo e dos outros também, acabando com injustiças sociais, violência e com a desigualdade entre as pessoa, à fim de promover uma sociedade justa e fraterna. 

Antes de se absorver qualquer tipo de idéia ou conceito, é necessário análise apurada sobre o assunto e sempre, sem nenhuma esxeção, é aconselhável que a criatura se coloque na situação ou no lugar da  pessoa que critica e conderna,  para tentar sentir o que o outro sente antes de qualquer julgamento ou opinião sobre o assunto. 


Então toda pessoa deve procurar selecionar aqueles pensamentos que são próprios, que realmente são seus, daqueles que pertencem à outras pessoas e que não necessariamente concorda, basta ter coragem e força de vontade para isso. Esse processo faz parte do processo de individuação do ser humano e é totalmente necessário para a realização do auto-conhecimento, exigindo do indivíduo muito esforço e total reciclagem na maneira de pensar, visto que pensamentos cristalizados não permitem que vejamos além do estreito universo dos hábitos de repetição de atitudes, palavras e comportamentos arraigados.


"...Quem olha para fora sonha....quem olha para dentro de si desperta......"

Carl Jung             
  
                                                                          Eliane