Inteligência Emocional
O que é afinal a tão comentada Inteligência Emocional?É um conceito em psicologia que descreve a capacidade de reconhecer e avaliar os seus próprios sentimentos e os dos outros, e de saber lidar bem com eles.
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Cientificamente falando, Freud dizia que essa lógica da mente emocional é a “lógica da religião e da poesia, da psicose e das crianças, do sonho e do mito”. Ele diz assim.
Isto nos leva a entender por que as expressões religiosas e artísticas agradam tanto, é que a maioria das pessoas é dominada pela emoção.
Então a gente percebe que as artes, romances, filmes, novelas, música, teatro, etc., essas coisas tocam de forma direta a mente emocional.
Para entendermos melhor, vamos observar como os estudiosos do comportamento humano dividem e explicam as emoções.
As emoções são divididas em grupos básicos que seriam os seguintes:
IRA: fúria, revolta, ressentimento, raiva, indignação, irritabilidade, e, no extremo, ódio e violência que são patológicos.
TRISTEZA: sofrimento, mágoa, desânimo, desalento, melancolia, autopiedade, solidão, desamparo, desespero e, quando patológica, severa depressão.
MEDO: ansiedade, apreensão, nervosismo, inquietação, pavor, terror e, como psicopatologia, fobia e pânico.
PRAZER: felicidade, alegria, alívio, diversão, orgulho, gratificação, bom humor, euforia, êxtase e, no extremo, mania.
AMOR: aceitação, amizade, confiança, afinidade, dedicação, adoração, paixão, e na sublimação, o amor ágape (caridade).
E as virtudes e vícios que vão desde a fé, compaixão, esperança, coragem, altruísmo, perdão, justiça até dúvida, preguiça, tédio, etc.
Então a gente percebe que há um debate científico sobre como classificar as emoções, isso porque elas podem ser igualmente um estado de espírito ou temperamento ou se transformarem em distúrbios emocionais como depressão, angústia, ansiedade, fobias, etc.
Acontece, que a linha que liga as emoções boas às emoções patológicas pode ser muito tênue, dependendo da pessoa.
Podemos perceber em nossa própria atitude, que em várias circunstâncias de nossa vida, as emoções nos dominam.
Quantas vezes a gente mesmo se surpreende diante da alternâncias das nossas emoções, quando podemos ser muito racionais num momento e irracionais em outro momento, quando o calor da emoção passa a comandar nossas atitudes.
Podemos perceber que essa alternância se dá principalmente quando nos deixamos dominar pelos defeitos morais como a VAIDADE, ORGULHO, EGOíSMO, INVEJA, RAIVA, etc.
Ou quando estamos alegres e tranquilos em um momento, e momento seguinte, um comentário ou uma noticia faz nosso humor cair, quando nos deixamos dominar pela falta de FÉ e MEDO.
Então, as emoções são sentimentos que se expressam em impulsos nas mais variadas intensidades, gerando idéias, ações e reações diversas.
É exatamente nos estados extremos das emoções que algumas pessoas cometem ações das quais se arrependem amargamente no minuto seguinte, quando a mente racional começa a reagir.
É este o caso dos crimes passionais, quando se diz que houve “privação dos sentidos”.
Quando a pessoa não consegue o domínio e bom direcionamento das emoções, sempre os resultados são os piores.
Por outro lado, podemos perceber que quando os sentimentos são burilados, equilibrados e bem conduzidos, transformam-se em sentimentos elevados, sublimados, tomando-se, aí sim — virtudes.
E onde está a chave para o controle das emoções e sentimentos?
É ai que entra o papel da INTELIGÊNCIA EMOCIONAL e de como desenvolver esse tipo de inteligência que nada tem a ver com a inteligência racional.
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O psicólogo Norte Americano Daniel Goleman em seu livro “Inteligência Emocional” diz que os grandes mestres espirituais como Jesus e Buda “tocaram o coração dos seus discípulos falando na linguagem da emoção, ensinando por parábolas, fábulas e contos”.
Segundo esse escritor, estes mestres espirituais falam no “vernáculo do coração”.
Ou Seja, eles ensinavam como burilar os sentimentos para transformar os vícios em virtudes.
Então está ai a resposta de como desenvolver a inteligência emocional. Ela é simples mas nem sempre aceita e vivenciada, aliás, é muito pouco vivenciada.
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O livro de Daniel Goleman nos traz otimas contribuições que eu quero analisarà luz da Doutrina Espirita, porque traz a distinção entre inteligência emocional e racional, Mas vamos analisar, especificamente, o discurso de Jesus, sob esta ótica.
Segundo o autor, Jesus utilizou-se do “vernáculo do coração”, falava portanto, a linguagem da emoção,
e do sentimento sublimado, por isto se diz que Ele trouxe a Lei de Amor.
Então temos a chave para o desenvolvimento da INTELIGÊNCIA EMOCIONAL, esse aprendizado pode ser acessado nos ensinamentos de Jesus.
Porém, existem obstáculos que vem, ao longo do tempo, impedindo a humanidade de acessar de forma plena esses ensinamentos cristãos para obter uma saúde emocional mais plena.
Por um lado muitos se dizem cristãos mas na verdade não aceitam esses ensinamentos, podem aceitar da boca para fora, mas não internalizam as palavras de Jesus e muito menos os praticam.
E por outro lado, vemos a mentalidade racional das elites intelectuais, sobretudo, que desdenham desses ensinamentos, vêem os ensinamentos de Jesus como sinônimo de psicose, infantilidade, poesia e utopia.
É exatamente no momento em que a Europa, liderada pela França, zombava dos valores espirituais cultivados pela religião dominante, que a Terceira Revelação chega à Terra e é codificada por Allan Kardec.
Diz a espiritualidade que a terceira revelação é o Espiritismo Cristão, que veio fazer uma leitura do Evangelho através da razão, tendo em suas bases a moral cristã em sua pureza primitiva, mas interpretada na linha do raciocínio, à fim de que o seu aspecto emocional passe agora pela mente racional e possa ser aceita por aqueles que são mais céticos e racionais.
Nós podemos entender que a não aceitação da Doutrina Espírita por parte dos países europeus e norte-americanos, por exemplo, se deve ao fato de não terem conseguido ainda assimilar essa nova mentalidade, porque eles destacam, principalmente, os valores intelectuais, a linha racional, não admitindo a prevalência da emoção ou a sua equiparação com a razão.
Mas a resistência em seguir os ensinamentos de Jesus, e dos grandes mestres espirituais, na realidade, domina grande parte da humanidade, que persiste e insiste ainda em permanecer na infantilidade emocional, ora por essa justificativa de excesso de racionalidade, ora por descaso com os assuntos do Espírito mesmo e muitas vezes ainda, pessoas que se dizem cristãs mas acham que os ensinamentos servem para os outros e não para elas.
E esse tipo de pensamento têm contribuído pela atraso na evolução EMOCIONAL e MORAL da humanidade.
Estudiosos Do Comportamento dizem que a evolução emocional da Humanidade apresenta um atraso de 10.000 anos, estando ainda muito próxima da mentalidade emocional da era das cavernas.
A gente vêm estudando em nossas reflexões que grande parte das pessoas utilizam muito mais o cérebro reptiliano, arcaico e primitivo, do que o neo córtex, que é a parte cerebral mais evoluída e desenvolvida. Isso significa reações sempre mais primitivas, agressivas e piores.
Mas apesar de tudo isso, na verdade, sabemos que Jesus pode ser considerado o maior psicólogo que a humanidade pode conhecer.
É pena que tenhamos ainda hoje grande dificuldade de seguir os ensinos deste mestre e terapeuta maior.
É claro que independente de qualquer religião, existem técnicas que podem ser utilizadas para melhor desenvolvimento da INTELIGÊNCIA EMOCIONAL, como por exemplo, a Observação e análise do próprio comportamento; o Dominio das emoções, através de respiração, meditação; caminhadas etc; aprender a trabalhar as emoções negativas; Aumentar a sua autoconfiança; Aprender a lidar com a pressão externa; aprender a não ter medo de se expressar; desenvolver a empatia; Colocar em prática a resiliência; aprender a formular uma “resposta” em vez de “reagir”; aprender a conhecer os seus limites, e por ai vai.
Mas não tenhamos dúvida que a melhor forma de conseguir desenvolver tudo tudo isso para obter uma inteligência emocional capaz de levar a uma qualidade de vida melhor, está nos ensinamentos e exemplos que o terapeuta dos terapeutas nos deixou.
A questão 627 de “O Livro dos Espíritos” traz-nos primorosa síntese das finalidades do Espiritismo e, a certa altura da resposta transmitida pelos Espíritos Superiores afirma:
“O ensino dos Espíritos tem que ser claro e sem equívocos, para que ninguém possa pretextar ignorância e para que todos o possam julgar e apreciar com a razão.
Estamos incumbidos de preparar o reino do bem que Jesus anunciou. Daí a necessidade de que a ninguém seja possível interpretar a lei de Deus ao sabor de suas paixões, nem falsear o sentido de uma lei toda de amor e de caridade.”
E a Doutrina Espírita vem, maravilhosamente colocar o Evangelho do Cristo na linguagem da razão, com explicações racionais, filosóficas e científicas, mas, vejamos bem, sem deixar de lado o aspecto emocional, tal como o pretendeu Jesus, ou seja o sentimento sublimado, demonstrando assim que o SENTIMENTO E A RAZÃO podem e devem caminhar pela mesma via, e isso é que pode ser a libertação definitiva do ser humano: O AMOR E A SABEDORIA.
Mas independentemente da religião ao qual se é adepto, ou mesmo se não é adepto de nenhuma religião, mas todos somos possuidores, atualmente, de um cérebro mais desenvolvido e capaz de trabalhar melhor as emoções, uma vez que não somos mais seres primitivos, temos toda condição física, psíquica, intelectual para sermos pessoas melhores.
Todos temos condições de agir e reagir melhor, de conformidade com as condições físicas, psíquicas, emocionais e morais que em nosso tempo atual possuímos.
Todos precisamos conviver e somos interdependentes e precisamos buscar desenvolver melhores relacionamentos.
E todos estamos submetidos as mesmas condições, mesmas leis e normas, independente de religião.
E todos por isso mesmo, temos a obrigação e dever de seguir essas leis e normas e respeitar nosso semelhante como desejamos ser respeitados, não cabendo a ninguém justificar desconhecimento e falta de condições de respeitar o outro, com exceção de doentes mentais.
Todos devemos agir e reagir civilizadamente e com respeito à todos, isso é questão de ética. Por isso mesmo, atitudes destemperadas e violentas não podem ser aceitas e devem tanto ser repudiadas quanto vedadas em nossa sociedade, como de fato são.
Porém sem dúvidas, que àqueles a quem a crença nos ensinamentos dos grandes mestres já tocam à alma, possuem mais condições de conseguir unir à razão e emoção como norte para conduzir sua existência sobre à Terra, encontrando assim muito mais facilidade em conduzir melhor à sua vida e seus relacionamentos.
No caso de nós, que nos dizemos cristãos, temos melhores condições de unir a razão e emoção, e compreender que acima de tudo e todos existe um Deus que comanda nossas vidas e é todo amor e bondade e que nos fez a sua imagem e semelhança com todo potencial de ser amor e bondade também.
Se nos dizemos cristãos, temos todo um arcabouço de ensinamentos que Jesus nos trouxe e portanto possuímos a chave para o desenvolvimento da INTELIGÊNCIA EMOCIONAL, temos já temos toda condição de conduzir nossas emoções de maneira melhor e saudável, e temos o dever de pautar nossas vidas na humildade, compreensão, respeito, empatia, solidariedade e amor por tudo e todos, e por isso mesmo, temos também o dever de ter ações e reações sempre melhores, e portanto, uma inteligência emocional desenvolvida e comandado nossa jornada aqui neste mundo, condições para isso não nos falta, bastando acionar a fé em Deus e a vontade firme.