quinta-feira, 7 de abril de 2022

MORTE X FELICIDADE/CANAL LILI ESPAÇO REFLEXÃO.



                                                              MORTE X FELICIDADE


O maior ideal da existência Humana é ser feliz, todos almejam a felicidade, nascemos para isso.

Mas quando pensamos ou falamos sobre a Morte, ela nos representa a própria Antítese da felicidade não Parece-nos impossível ser feliz por completo tendo que enfrentar o fenômeno da morte em nossas vidas.

Porque apesar das dificuldades e desafios da vida e mesmo para aqueles que acreditam na vida após a morte, a maioria de nós somos apegados à essa existência, às nossas coisas, casa, hábitos, lugares que frequentamos, e principalmente às pessoas com quem convivemos.
E pior que muitos de nós tem imensa dificuldade de adaptação e aceitação das perdas.

Mas então como podemos ser felizes tendo que enfrentar a realidade inevitável da morte?
Se toda vez só de pensar sobre a própria morte ou de pessoas queridas, isso nos apavora e entristece?
E como reagimos diante do fato da perda em nossas vidas?
Essa é a questão a ser tratada na reflexão de hoje.

A psicanálise diz que uma pessoa para ser saudável física e emocionalmente e alcançar a felicidade, precisa realizar-se enquanto Ser Humano, e para tanto
necessita ter supridas algumas necessidades que são primordiais e comuns à todos.

Devido à isso, essas necessidades foram estudadas por Abraham Maslow, estudioso da psicanálise, que apresentou essas necessidades inerentes no Ser Humano numa ordem de prioridades, em forma de uma pirâmide chamada "pirâmide das necessidades",

Essa pirâmide, de baixo para cima fica assim:
1- Necessidades Fisiológicas( comer, dormir, praticar sexo, etc);
2-Necessidade de Segurança (cuidado com a vida, com o corpo, estabilidade de emprego, ter recursos, etc);
3-Necessidades Sociais (família, amigos, comunidade, pertencimento a um grupo, etc);
4- Necessidade de Estima (aprovação da família, aprovação dos amigos, respeito dos demais, etc);
5-Necessidade de realização pessoal.

Então nós vemos que a necessidade de auto realização está na base da pirâmide e é inerente à todos e por isso mesmo, a mais importante porque conduz a pessoa a obter a satisfação das demais necessidades.

Porque quando uma pessoa é realizada, bem emocionalmente e espiritualmente, ela consegue alcançar seus demais objetívos com facilidade, porque as coisas boas são atraídas energéticamente.

Então a ciência nos afirma que é preciso concentrar as buscas na própria realização pessoal para alcançar a harmonia na vida.

É importante ressaltar que felicidade é sinônimo de realização pessoal e não de ausência de problemas, porque é preciso e é possível alcançar a realização pessoal, mas é impossível passar pela vida sem enfrentar problemas. Então podemos entender que ser feliz não é sinônimo de ser permanentemente alegre, isento e livre de dificuldades.

E o que corresponde a realização pessoal é justamente conseguir desenvolver a resiliência, que é a capacidade de adaptação as adversidades e mudanças, além de outras qualidades como o auto-conhecimento, controle emocional, empatia, capacidade de desenvolver relacionamentos saudáveis, independência material e emocional, enfim, seria o crescimento pessoal, o desenvolvimento do próprio potencial nas mais diversas áreas da vida.

As necessidades de todos são essencialmente as mesmas como estamos vendo, mas ocorre que no decorrer da existência de cada pessoa, devido à seus processos e experiências individuais, cada um passa a focar mais acentuadamente suas energias e anseios de Felicidade geralmente nas coisas erradas, naquilo que acredita ser mais importante para si, e que nem sempre é verdadeiramente o melhor e mais adequado.

Mesmo porque muitas vezes nós não sabemos o que é melhor para nós, pensamos que sabemos, mas não sabemos na realidade, e passamos a almejar coisas e situações que na verdade não nos conduzirão à realização pessoal.

Então, a depender do temperamento, fase da vida, estado emocional e da personalidade, para cada pessoa a felicidade pode significar coisas e situações diferentes, e infelizmente, no mais das vezes, o foco da felicidade é colocado em coisas e situações passageiras.
Digo infelizmente porque tudo o que é passageiro é sujeito à transformações e perdas.

Dessa forma, um pode focar sua felicidade na família, outro no relacionamento afetivo, outro no trabalho, outro em se tornar um viajante, aquele outro em tornar-se brm sucedido e rico, outro ainda pode se sentir feliz até em não fazer nada, como vemos todos os dias por ai, outro pode ainda condicionar sua felicidade na mescla de tudo isso e assim por diante.

E ai é que mora o problema, porque uma coisa certa é buscar suprir as necessidades que todos temos, até porque habitamos temporariamente um corpo físico, outra coisa e que é errada, é idealizar a vida e focar a felicidade e realização pessoal EXCLUSIVAMENTE nas coisas que são passageiras.

Sim, porque até a nossa família aqui na Terra irá passar em dado momento, sabemos disso e o que é passageiro não nos pertence, e ter apego exagerado naquilo que se pode perder traz dor.

Portanto idealizar a felicidade naquilo que não nos pertence, sempre é muito perigoso para a saúde emocional, porque a decepção será certa, assim como a frustração e o medo.

Mas isso se dá por conta da ignorância humana que leva os indivíduos a focarem a felicidade e colocar muita energia de forma errada e nas coisas erradas.

Entendamos que buscar ter estabilidade financeira, lazer, família, bons relacionamentos, um trabalho agradável e estável, ter boa aparência, ser alegre e jovial, e mais comumente querer ter um equilíbrio entre tudo isso é muito bom, válido e necessário, como vimos na pirâmide das necessidades.

Afinal Deus colocou as coisas no Mundo para que utilizemos, e as pessoas para que nos relacionemos, aliás as relações são primordiais para nossa existência, as boas relações, evidentemente.

Mas isso deve ser feito com parcimônia, discernimento e consciência de que tudo isso é temporário porque com o tempo tudo se transformará e acabará por findar-se nesta vida.

É preciso buscar suprir as necessidades básicas sim, mas é preciso sobretudo,
buscar a essência da motivação da vida, buscando entender o porque estamos no Mundo, para além da busca da satisfação das necessidades básicas, passar a focar a atenção e as buscas nas coisas que não são perecíveis, portanto naquilo que não pode ser retirado.

É preciso conscientizar-nos de que estamos aqui na Terra, mas não pertencemos à Terra, somos Seres livres e habitamos muitos lugares, viemos de algum lugar para reencarnar aqui à fim de nos submeter às experiências e aprendizados, mas vamos sair daqui um dia, através do processo de desencarnação, que é natural e comum à todos, para depois um dia reencarnarmos novamente aqui ou em outro local para assim continuarmos seguindo a nossa jornada evolutiva.

Portanto devemos buscar entender e viver como seres Espirituais e Imortais que somos. Essa é a nossa realidade.

Porque ainda que o indivíduo consiga alcançar tudo que almeja aqui na Terra, SEMPRE terá o medo da perda da juventude e o medo da Morte, isso lhe roubará a plenitude da felicidade do existir, a depender do valor e peso que colocar nisso.

Se a valorização da vida está centrada no vigor e beleza da juventude, a sua perda e a aproximação da morte, ou ainda o simples medo dessa situação, causará desgosto e tristeza, sempre.

Além do que, nós Seres Humanos não aceitamos a Morte porque ela derruba por terra o significado de nossa vida.

A vida pulsa dentro de cada um de nós e a imortalidade está impressa no inconsciente e alma humanos, manifestando-se sempre, devido o instinto de conservação e preservação. Porque nós fomos criados para a vida e não para a morte.

Nenhum de nós poderá aceitar a própria Morte ou a perda de quem ama, no sentido de ANIQUILAMENTO, impossível isso para nós

Desta forma, vamos voltar a lembrar da pirâmide das necessidades, em que a base mais importante é a REALIZAÇÃO PESSOAL.
A maior realização pessoal que podemos almejar é a própria vida, porque tudo o que o Ser Humano mais almeja na vida é justamente viver, e ter vida plena e abundante, seja quais forem as escolhas e dificuldades no caminho, a certeza de que a vida não cessará jamais, é o sonho impresso na alma humana.

Então o maior ideal de felicidade, desta forma, seria nunca morrer e nunca perder quem se ama.

Na passagem de João, Jesus disse: "Eu vim para que tenham vida, e vida em abundância".
Ele disse isso apesar da realidade do fim da vida física, como a sua própria vida física que também findou-se.
Jesus nessa fala prometeu a vida plena e abundante, que é a vida que não cessa, plena, isso ficou subentendido nas suas palavras.

Então não adianta desejar prolongamento da vida do corpo, não adianta a não aceitação da finitude da vida orgânica, inclusive para obtenção de prazeres sem fim. Porque a vida orgânica cessará um dia para todos, visto que uma das Leis Divinas é a Lei de Destruição, onde as moléculas se transformam e se desorganizam para produzirem a renovação. É a Lei de Deus.

Deus assim o quer, para o desenvolvimento e ampliação da vida. Por isso, tudo o que tem vida física está sujeito à Lei de Destruição, isso acontece com tudo e com todos sem exceção.

Então conclui-se a maior batalha a ser vencida pelo Ser Humano é a batalha sobre a MORTE.
Mas o combate não da Morte em si, porque dai se torna uma luta inglória, mas sobre o MEDO DA MORTE, deixando para trás a ilusão de viver como se o corpo nunca fosse morrer, passando a focar e a valorizar a vida da ALMA IMORTAL.

Então passamos a entender que o elemento fundamental para que o Ser Humano possa alcançar a paz, serenidade, confiança e alegria de viver, diluindo os anseios, angústias e temores, é quando passa a se conscientizar de que A PRÓPRIA VIDA bem como DAQUELES QUE AMAMOS, NÃO SE RESUME À ESTA EXISTÊNCIA.

Então, a única Vitória real da vida é a Vitória sobre o Medo da Morte, quando o Ser compreende que a vida verdadeira é a vida Espiritual, que é Eterna e Plena, e essa compreensão precisa acontecer ainda nesta vida, tendo convicção justamente, de que a vida se transforma, mas nunca acaba.

Porque se não for assim como iremos nos realizar pessoalmente perante a certeza da morte física?

Se não for assim, continuando a sustentar em nós o Medo da Morte e o medo da PERDA, como podemos ser felizes?

Como seremos pessoas tranquilas e felizes se colocarmos a nossa felicidade condicionada a somente ter auto-estima e valor apenas possuindo beleza física, juventude, dinheiro, família perfeita, tudo perfeito?
Então as pessoas feias, pobres, idosas, ou mal sucedidas no casamento não podem ser felizes?

Percebamos como isso é estranho e não pode ser desta forma. Por isso não podemos colocar o foco da felicidade em nada que seja perecível, passageiro, em coisas que certamente irão se transformar com o decurso do tempo. Agir assim é decretar a própria infelicidade.

Somente podemos alcançar o patamar de pessoas lúcidas, coerentes e realizadas, através do desapego exagerado à materialidade, às coisas do Mundo, para passar a nos apegar gradativamente às coisas da alma imortal.

Temos que focar a alegria de viver e obtenção da auto-estima, nas aquisições do Espírito Imortal que somos. Na inteligência, intelectualidade, sensibilidade através do gosto pela beleza da arte, música, cultura, moral, honra, no afeto verdadeiro pelas pessoas, não no apego, enfim, naquilo que têm real valor e que nunca nos será retirado.

Vamos passar a observar melhor a natureza, e veremos que nada morre, mas tudo se transforma.
Da mesma forma a Morte Física, se trata de uma transformação e não aniquilamento.

O temor da morte é ainda um sentimento mantido na alma da maioria das pessoas, devido a falta de Fé e incerteza da sobrevivência do Espírito após a destruição do corpo físico, apesar das inúmeras manifestações dos próprios Espíritos que retornam para anunciar sua própria morte.

Quantos relatos de Espíritos que retornaram à Terra para falar com seus entes queridos, para dar notícia da sua vida no além Terra?, quantos relatos de E.Q.M? ( Experiência Quase Morte), pessoas que estiveram em outro plano de vida e retornaram à Terra.

Mas a angústia pelo fim da vida física ainda está no coração da imensa maioria dos Humanos que não conseguem desenvolver uma Fé sólida e muito menos se desapegar, ainda que parcialmente, da vida material.

Esse patamar de lucidez sobre a própria realidade Espiritual Humana, só pode ser alcançado através da Fé na existência da vida após a morte, fé na Justiça de Deus que jamais poderá desejar a Morte de suas próprias criaturas, fé essa que por sua vez pode ser desenvolvida através da conscientização, racionalização e espiritualização.

É preciso desenvolver uma Fé sólida, robusta, capaz de retirar os medos e as incertezas, através da plena convicção que nem nós mesmos e nem quem amamos jamais deixará de existir pela morte física.

É preciso buscar o estudo e conhecimento da vida além desta vida. É preciso buscar desenvolver o senso de imortalidade, como nos orientou Chico Xavier, ele disse que a falta do senso de Eternidade é o grande mal da humanidade.

Joanna De Ângelis também nos alerta sobre isso, dizendo que devemos pensar na morte todos os dias.
Daí muitos irão falar: credooooooo, pensar em morrer todos os dias?
Sim, devemos pensar na morte, mas não de forma funesta, triste, como aniquilamento, fim de tudo, não é desta forma.

Ela nos ensina que devemos viver bem e alegres, mas conscientes de que estamos sujeitos às transformações da vida, conscientes de nossa destinação aqui na Terra.

Ela nos alerta sobre a necessidade da resiliência, sobre a alegria verdadeira que devemos buscar.

Se vivemos somente ligados aos apelos da vida física, à superficialidade, não estamos desenvolvendo o senso de IMORTALIDADE, então precisamos fazê-lo, porque a única coisa real que temos é a vida espiritual Eterna.

Devemos buscar viver como Seres viajantes que somos, entendendo que estamos aqui em viagem temporária, assim como estaremos um dia na outra vida em viagem também porque somos Seres do Mundo, com muitas moradas e muitas escolas para aprendizado e evolução.

Devemos constantemente nos lembrar que não somos um Corpo que têm um Espírito, e sim um Espírito que possui temporariamente um Corpo, somente através desse entendimento, juntamente com uma Fé inabalável, é que gradativamente o pavor das perdas e da morte será vencido.

O que se deve fazer então é mudar o foco da realização pessoal, desligando-se gradativamente do que é imediatista e raso, para ligar-se ao que é mais profundo, passando a
buscar a libertação desse fardo do Medo e angústia, buscando fazer sempre o melhor aqui, sendo boas pessoas, espalhando afeto, gratidão, carinho, amor, não sendo peso na vida das pessoas e da sociedade, mas buscando sempre ter atitudes honradas e responsáveis, espalhando a alegria e bondade por onde passar e para quem cruzar a nossa vida, porque poderemos aqui retornar, e com as mesmas pessoas certamente iremos de novo nos encontrar, nesta e na outra vida, e isso é uma certeza.

A psicanálise afirma que a resiliência é a capacidade que uma pessoa têm de adaptar-se às mudanças e ou dificuldades sem adoecer, sem sofrimentos.

Tenhamos em mente que as transformações na vida são naturais, tudo se transforma e modifica, para depois se reorganizar de forma melhor. A Lei da destruição é uma Lei de Deus e devemos conhecer e nos harmonizar às Leis de Deus.

Então devemos nos adequar sempre à essas transformações, buscando sempre viver de forma harmônica e tranquila, usufruindo dos meios que temos para fazer o nosso melhor.

Não vamos passar por esta vida a desgastar nossas energias sentindo medo e culpa, por causa de coisas materiais, de problemas insignificantes.

Não vamos mais perder tempo discutindo assuntos absolutamente sem importância, ou tentando provar ter razão sempre, desgastando demais as nossas relações, vamos permitir aos outros serem como são, busquemos ser melhores a cada dia.

Vamos espalhar bondade e alegria o quanto pudermos,.
Vamos parar de reclamar e vamos ser mais gratos.
Não vivamos preocupados somente conosco, e indiferentes aos demais, vamos ser mais fraternos.
Vamos deixar rastro de bondade e alegria e fazer do Mundo um lugar melhor para viver, porque provavelmente um dia retornaremos à ele.

Não se deve esperar a aproximação da morte para dizer: Ahhhh se eu soubesse que era assim teria feito diferente, teria sentido diferente e não sofrido tanto e nem feito tantos sofrerem.
Faça diferente agora, essa é orientação para quem deseja ser feliz ainda nesta vida.

Devemos buscar a felicidade consciente não ilusória, consciente de que ser amoroso e bom é que é tudo de bom, deixando de lado a ilusão do ter.

Vamos parar de viver como se nunca fôssemos morrer para depois morrer sem ter vivido.

Tenhamos certeza de que já vivemos e morremos muitas vezes, isso é natural e faz parte do curso evolutivo da nossa vida.
Então busquemos passar por isso da melhor forma, vivendo bem para desencarnar em melhores condições, enfrentando isso com naturalidade, com paz e consciência tranquila. Isso depende de cada um de nós, basta ter coragem e força de vontade para isso, e disso depende a nossa realização pessoal e felicidade.

"Nascer, viver, morrer, renascer ainda e progredir sempre, tal é a lei.', afirmou Allan Kardec.


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