quinta-feira, 30 de novembro de 2023

BALA PERDIDA OU ACHADA?


                                                  BALA PERDIDA OU ACHADA?

Como falamos em vídeo anterior sobre o tema Reencarnação, não há um ser humano, por mais que negue, que aceita a morte como fim. Isso inconscientemente claro, porque às vezes conscientemente muitos aleguem que aceitam.

E como já vimos, isso ocorre porque o sentimento de imortalidade é inato no ser humano. Vemos isso desde os antigos povos, como os egípcios por exemplo, que através da mumificação de seus mortos, e dos rituais que praticavam, deixaram bem claro essa crença e sentimento de imortalidade da alma e preexistência da alma à morte física.

Mas como não trazemos claras as memórias de nossas vidas anteriores, como há o processo do esquecimento, para nosso próprio bem, o fenômeno da morte física de si própria e daqueles que ama, ainda intriga, revolta e amedronta grande parte dos seres humanos.

Pior ainda quando o desencarne acontece por tragédias, que assistimos diariamente na mídia, como por bala perdida por exemplo, é uma ocorrência muito triste e que nos assusta à todos, principalmente quando ocorre com crianças, e que desafia nosso entendimento e por isso é importante à reflexão sobre o tema.

Muitas pessoas duvidam e questionam sobre a existência da Reencarnação, e isso torna mais difícil à aceitação dessas situações dolorosas da vida porque se supõe que a pessoa que desencarna por morte violenta está sendo injustiçada e vítima da situação, das pessoas ou do acaso.

Mas a doutrina Espírita refuta essa ideia de vitimísmo e acaso e nos ensina que não há acaso nos planos Divinos, diz ainda que não cai uma folha de árvore que não seja pela vontade de Deus.

De modo que no caso de mortes aparentemente trágicas, como as mortes por " bala perdida", por exemplo, o espiritismo nos ensina que a tal bala perdida não é exatamente perdida como se pensa.

Na verdade, a pessoa que é atingida por uma bala perdida tinha que passar por essa situação, que se não foi motivada por uma má atitude desta vida, certamente foi causada em encarnações passadas, como diz em "O Evangelho Segundo O Espiritismo, em seu capítulo 5, em " Bem Aventurados Os Aflitos", item 6: Causas Anteriores Das Aflições".

E ainda por cima é preciso atentarmos para o fato, que no mais das vezes, a própria pessoa participa da escolha das provas e expiações que irá enfrentar na sua Reencarnação.

Isso não significa dizer que o criminoso estava condicionado a cometer um crime, porque isso valeria dizer que não existe o livre arbítrio, o que seria obviamente errado dizer, porque Deus nos criou com livre arbítrio relativo. Digo relativo porque reencarnamos com o nosso campo energético vibratório marcado quando temos que passar por expiações regenerativas, que acabam por nos atrair para locais e situações necessárias ao nosso processo evolutivo.

Então ninguém é criado para ser criminoso ou assassino e todos têm oportunidades para se demoverem do mal se assim o desejar, mas na medida em que uma pessoa decide cometer um crime por livre e espontânea vontade, essa pessoa pode ser o instrumento da expiação ou prova que outra pessoa terá que enfrentar, mas obviamente, esse criminoso irá responder espiritualmente e vibracionalmente pelo seu crime, porque ele mesmo estará marcando seu campo magnético vibratório e mental pelo crime que cometeu.

Foi isso que Jesus quis dizer em sua fala:
" É necessário que o escândalo venha, mas ai daquele que o provocar".

Outra fala de Jesus também explica bem isso quando Ele manda Pedro guardar sua espada na bainha e aproveita para nos ensinar:
" Quem pela espada fere, pela espada será ferido".

Ou seja, Deus não pune e nem vinga o mal cometido, mas Ele permite que determinada pessoa passe por uma ocorrência expiatória para seu próprio aprendizado e depuração.

E não podemos esquecer, que conforme falamos no vídeo sobre a Reencarnação, que quando uma nova reencarnação nossa é planejada, via de regra, participamos de nosso projeto reencarnatório com o auxílio da espiritualidade, através de uma espécie de programa das principais atividades pelas quais passaremos em nossa reencarnação.

Então nós sabemos de antemão os principais fatos e ocorrências pelos quais deveremos passar em nossa vida em forma de expiação ou provas. Isso está gravado em nosso inconsciente, embora esqueçamos quando reencarnamos, mas está lá e podemos ter intuições à respeito destas ocorrências.

Por isso que muitas vezes algumas pessoas que passam por acidentes ou tragédias, mostraram que tiveram um aviso, ou intuição, ou premonição do fato antes dele ocorrer.
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Segundo a Doutrina Espírita, nem todos os acidentes foram marcados para a vida das pessoas afetadas. Vamos ver sobre isto na questão 859 de "O Livro dos Espíritos" , Parte Terceira, Das Leis Morais, Capítulo X, Da Lei Da Liberdade, Fatalidade:

859. Com todos os acidentes, que nos sobrevêm no curso da vida, se dá o mesmo que com a morte, que não pode ser evitada, quando tem que ocorrer?

“São de ordinário coisas muito insignificantes, de sorte que vos podeis prevenir deles e fazer que os eviteis algumas vezes, dirigindo o vosso pensamento, pois nos desagradam os sofrimentos materiais.
Isso, porém, nenhuma importância tem na vida que escolhestes. A fatalidade, verdadeiramente, só existe quanto ao momento em que deveis aparecer e desaparecer deste mundo.”

Então nós vemos que Segundo a Doutrina Espírita, a data do Nascimento e Morte física são determinantes em nossas vidas.

 No item a)
P859: Haverá fatos que forçosamente devam dar-se e que os Espíritos não possam conjurar, embora o queiram?

"Há, mas que tu viste e pressentiste quando, no estado de Espirito, fizeste a tua escolha. Não creias, entretanto, que tudo o que sucede esteja escrito, como costumam dizer.
Um acontecimento qualquer pode ser a consequência de um ato que praticaste por tua livre vontade, de tal sorte que, se não o houvesses praticado, o acontecimento não se teria dado.
Imagina que queimas o dedo. Isso nada mais e senão resultado da tua imprudência e efeito da matéria. Só as grandes dores, os fatos importantes e capazes de influir no moral, Deus os prevê, porque são uteis a tua depuração e a tua instrução."

Então, em relação às mortes trágicas, por exemplo, fica claro que não é um acontecimento ao acaso de forma alguma. Não estamos jamais sujeitos ao acaso, pois se assim fosse, a Justiça Divina seria questionável.

Porque ninguém sofre efeitos de uma tragédia sem alguma razão.
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Eu trouxe uma fala da médium e escritora espírita Suely Caldas Schubert, numa entrevista que ela concedeu ao jornal A Voz do Paraná ela fala muito claramente, à luz da Doutrina Espírita, sobre essa questão de BALA PERDIDA.

"Na Doutrina Espírita temos uma visão diferente sobre essa questão de que a pessoa é inocente. Se a pessoa fosse realmente inocente, teríamos um Deus injusto, porque permitiu que uma pessoa inocente, pura, fosse vítima de uma bala perdida. Será que a bala era tão perdida e a pessoa era tão inocente assim?

Todos nós somos espíritos antigos, uma criança é um espírito antigo que veio de outras vivências anteriores e para compreender isso é preciso aceitar a reencarnação e aceitar é uma forma didática de compreender a justiça divina. Não podemos imaginar que Deus criou seus filhos para depois esses filhos serem injustiçados, serem vítimas de atrocidades sem que haja nenhum empecilho para que essa situação trágica aconteça na vida das pessoas. Portanto, se houve isso, se a pessoa morreu ou ficou paraplégica, tetraplégica, passou por um sofrimento muito grande durante anos, tem uma razão de ser.

Sendo espíritos multimilenários, nós trazemos um passado de erros e também de acertos e esses erros vamos conseguindo apagar seus vestígios com a construção no bem.
O espírito que no passado promoveu o mal, que fez alguma coisa prejudicando pessoas, reencarna para fazer o bem aonde realizou o mal, volta para ajudar aquele a quem prejudicou, inclusive resgatar a si mesmo. Portanto, a bala não é tão perdida e a pessoa não é tão inocente assim."
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Então gente, percebemos que se os situações tristes ocorrem, mortes trágicas, doenças congênitas, se há sofrimentos de longa duração, devemos compreender que tudo tem uma razão de ser, e não há injustiças, acasos ou erros. Tudo está certo.

Se isso pode causar certo espanto ou desagrado à quem sempre enxergou como vítimas as pessoas que morreram por causas chamadas catastróficas, por outro lado é importante dismitificarmos sobre esse assunto para que possamos entender que ninguém, sem nenhuma exceção, está sujeito ao acaso das desgraças e violências do mundo.

Essa certeza pode curar os medos e incertezas da vida e esse é o consolo, o lado bom e positivo que pode dar certa conformação e alívio, mesmo para quem, de certa forma é atingido até na pessoa de familiares e amigos, por acontecimentos trágicos.
Porque quando compreendemos que não há acaso ou injustiças, aliviamos nosso coração e processamos à dor de forma melhor e mais saudável.

Bem, é bem viável a gente pensar que se estivéssemos expostos ao acaso, seja de balas perdidas, seja de qualquer tragédia, dai sim não haveria justiça Divina e viveríamos em eternas incertezas e inseguranças não acham?
Mas ainda bem que não é assim.

Por isso, em relação à incerteza e medo por não sabermos o que fizemos no passado, e se teremos algo a resgatar de forma trágica e dolorosa no presente, a melhor forma de nos posicionar que possa nos trazer alivio ao coração, é através da certeza que fazendo o bem hoje podemos anular o mal dos erros passados. Joanna De Ângelis nos orienta sobre isto quando nos diz que o bem realizado hoje apaga o mal do passado.

Então já que não sabemos realmente quem fomos e nem exatamente o que fizemos, o melhor é buscarmos fazer o nosso melhor hoje, sendo agora a nossa melhor versão, na fé e certeza de que colheremos no amanhã o que hoje plantarmos de bom.

Porque no final devemos ter em mente que Deus não deseja nosso sofrimento mas sim a nossa melhora sempre.

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