A RAIVA
Quantas problemas na vida, muitas vezes graves, são resultado da ação da raiva não é?
Todos somos acometidos pela raiva, a diferença está na reação, ou seja, como essa raiva é canalizada.
Não é que seja errado sentir raiva, ela é natural ao ser humano porque está ligada ao sentimento de defesa, aos instintos primitivos, porque na era primitiva era preciso muitas, vezes matar para sobreviver, mas hoje isso não é mais necessário, Não somos mais primitivos e devemos usar muito mais a razão e emoção do que os instintos.
A RAIVA precisa ser canalizada à nosso favor, na hora certa, medida certa e com a pessoa certa, a fim de não ser despejada nas pessoas erradas e em momentos inoportunos.
Joanna De Angelis diz em "Conflitos Existenciais" que:
" A raiva é um sentimento que se exterioriza toda vez que o Ego sente-se ferido, liberando esse abominável adversário que destrói a paz do indivíduo..."
Muitas vezes o indivíduo reage sem pensar, e parece se regozijar em reagir, sustentando a sua superioridade sobre o outro, é o egoísmo falando mais alto e provocando no mais das vezes, efeitos muito danosos.
Basta ver nos noticiários, no trânsito por exemplo, quantos pequenos incidentes viram tragédias por conta da raiva gerada pelo orgulho ou complexo de inferioridade.
Então pergunta: O que te faz sentir raiva e o que está fazendo com isso?
Você costuma estar frequentemente de mau humor?
explode com facilidade?
É uma pessoa vingativa?
Diante de uma ofensa, Você rapidamente revida sem pensar e ofende a pessoa também ou você pensa sobre ter alguma verdade no que foi dito?
Você pondera sobre a pessoa ter algum problema emocional sério, desequilíbrio ou recalque e pensa em relevar algumas vezes a ofensa recebida?
Para começar a barrar os efeitos nocivos da raiva é importante perceber a manifestação e o motivo da ação da raiva em si mesmo.
Porque existe a graduação da raiva, o mau humor por exemplo, é a raiva passiva, já a vingança é talvez a pior expressão da raiva, porque apesar de passar pela racionalização, por falta de desenvolvimento emocional e moral, a pessoa muitas vezes age pior do que quem a ofendeu, então existe uma maldade na atitude vingativa.
Joanna De Angelis na Obra " Conflitos Existenciais cap. 3" diz que:
" Inerente à todos os animais, no ser humano, porque portador de vontade e discernimento, é responsável por transtornos que conseguem obscurecer-lhe a razão e perturbar-lhe o equilíbrio produzindo danos emocionais...".
A emoção é repentina, todos sabemos, ela não passa pelo crivo da razão, mas todos nós temos possibilidade e obrigação de racionalizar sim, de frear o impulso emocional negativo.
Podemos e devemos canalizar a emoção da raiva de maneira positiva.
A raiva expressa de maneira negativa possue duas vertentes, uma de procedência atual, desta vida mesmo e outra de natureza espiritual, que se origina em vidas passadas.
A raiva pode se iniciar na infância, onde na educação do filho, os pais injustos e até agressivos mantinham o hábito de não dialogar, achando sempre a opinião do filho pouco importante, ou ainda não se interessando pelos problemas do filho, muitas vezes não dando -lhe a oportunidade de defesa, gerando complexo de inferioridade, revolta, frustração, ressentimento e raiva acumulada, que leva sempre a criança a agir na fase adulta, com agressividade e na defensiva, como se sempre o Mundo e todas as pessoas estivessem lhe perseguindo.
Outras vezes a pessoa por timidez guarda ressentimentos que geram a raiva também.
Porque tudo que não é digerido alimenta os nossos "complexos", que são as experiências associadas as emoções.
Se na gaveta dos complexos estão muitas experiências em que a raiva foi ficando abafada, não sendo bem direcionada porque ela ficou guardada, dai em determinada situação a pessoa pode implodir ou explodir.
São emoções repetidas que geraram raiva não processada, e dai, essa emoção repetida, resulta em processos de raiva hoje, no presente.
Como por exemplo, alguém afetar a pessoa na questão de carência afetiva. Seria o chamado " calcanhar de Aquiles" , basta tocar o complexo da pessoa nessa questão da carência e prontamente ela poderá explodir num acesso de raiva.
Em relação às causas anteriores a presente existência, a personalidade ainda primitiva e pouco desenvolvida moralmente, traz para a presente reencarnação seus defeitos e mazelas.
Como por exemplo o melindre, que faz com que as reações sejam exageradas e desproporcionais.
Porque o melindre normalmente vem de vida passada, da manutenção do hábito de ter os desejo e todos os caprichos atendidos a qualquer preço, desconsiderando os direitos e necessidades alheios, com desejo de que todos sejam e ajam conforme o próprios desejos, conforme as próprias conveniências. Trata-se do egoísmo sempre falando mais alto.
Por outro lado, devido aos erros cometidos em existência anterior, instala -se na alma, no inconsciente da criatura, a culpa e o medo de ter que pagar e responder pelos erros cometidos. Isso é muito comum à grande numero de pessoas.
Há um ditado popular que diz que o "ataque é a melhor defesa", essa frase é uma verdade, porque psicologicamente, o medo faz com que a pessoa esteja sempre armada para mesmo antes de ser atacada, se defender, porque a criatura é violenta e descompensada emocionalmente.
A culpa gera a raiva, porque existe aí a tendência de auto-punição, onde sem perceber a pessoa trabalha pela própria infelicidade, não se permitindo vivenciar situações e relacionamentos que poderiam lhe proporcionar felicidade. Isso porque inconscientemente, a criatura não se acha merecedora de ser feliz e amada.
Por outras vezes assume o vitimismo, sempre achando o mundo e as pessoas culpadas pela sua infelicidade.
***Bem, sendo de origem espiritual ou da presente existência, é dever de todas as pessoas buscar ter reações mais brandas e melhores diante das situações mais desafiadoras da vida.
Reagir mal ou até pior do que o suposto agressor ou causador do problema, é se colocar abaixo, pior do que o ofensor e é sinal de falta de evolução espiritual e maturidade emocional.
É muito negativo de deixar envolver pelo orgulho e reagir mal à uma situação porque depois vêm a culpa.
A RAIVA sempre está ligada aos instintos e ao lado mais inferior do ser, que pelo instinto brutal e pelo orgulho, reage instantaneamente quando teria toda condição de ser mais compreensivo, utilizando as partes nobres do cérebro que permitem a avaliação, e reação às ofensas de maneira mais branda e justa.
Além disso tudo, o acúmulo de adrenalina faz com que o raciocínio fique embotado, isso resulta em diversos males à saúde que causam as somatizações que quando não tratadas, culminam em processos degenerativos de alguns órgãos, além de consequências funestas como os crimes por exemplo.
***Sobre isso diz Joanna De Angelis em " Auto-descobrimento Cap.10":
"A raiva é um fator de frequentes conflitos, que aparece repentinamente,
provocando altas descargas de adrenalina na corrente sanguínea, alterando o equilíbrio orgânico e, sobretudo, o emocional".
E ainda continua:
"As ondas mentais perturbadoras da raiva sobre as células afeta-as, e a inconsciente necessidade de autopunição pelo acontecimento, facilita-lhes a degenerescência. Assim, ter raiva e bem canalizá-la, até a sua diluição, é característica de ser humano lúcido e saudável."
Bem, agora que entendemos um pouco sobre o que é a raiva e suas consequências, o que devemos fazer diante dela?
Percebemos facilmente que a Incapacidade de Lidar Com a Raiva se dá por conflitos emocionais não resolvidos, e também por questões morais não trabalhadas, como o orgulho, a vaidade e egoísmo.
A melhor aprendizado de como agir melhor diante das situações mais desafiadoras vem através de exemplos.
Embora Não seja o comum, vemos na sociedade, exemplos de pessoas que são brandas quando ofendidas, nunca respondem a uma ofensa com agressão, mas sim com caridade, educação e inteligência emocional, consequentemente ao mesmo tempo que se defendem pacificamente, agem com elegância e desmontam o agressor muito mais do que se revidassem. Tratam-se de pessoas que já desenvolveram também um certo grau de espiritualidade.
Pessoas que não reagem diante de uma ofensa, ou quando o fazem, é de forma oposta ao agressor, desmontando o agressor, respondendo com firmeza, mas com educação, demonstram saúde emocional e segurança.
Quem age assim tem a consciência tranquila e sabe quem é e já desenvolveu também um certo grau de espiritualização.
Se desejamos ser pessoa melhores e ter paz na vida, precisamos também desenvolver inteligência emocional e espiritualização, e para isso é preciso o
auto-conhecimento para o descobrimento dos porquês de nossas reações e também trazer à tona os nossos conflitos e defeitos de personalidade à fim de corrigi-los.
Por outro lado, é importante ainda que com humildade, reconhecer nossas virtudes também, porque quando sabemos quem somos e quando temos uma personalidade auto-afirmada, a opinião ou ofensa alheia nos incomoda bem menos, porque sabemos serem desprovidas da verdade.
O ditado " Antes reagir respire fundo e pense 10 vezes" é correto. Porque é preciso dar tempo ao cérebro de elaborar a melhor reação e pensar na consequências.
Justamente porque muitas vezes a raiva é acionada pelo Conflito emocional, pelo medo e pela baixa auto-estima, porque a pessoa não se valoriza. É insegura quanto a si mesma, dai busca que os outros a valorizem, e dai quando sofre alguma ofensa, perde a cabeça.
Sobre isso novamente Joanna De Angelis nos esclarece em " Auto-descobrimento Cap.10":
"A raiva se instala com facilidade nas pessoas que perderam a auto-estima e se comprazem no cuidado pela imagem que projetam e não pelo valor de si mesmas."
Muitas vezes a raiva é acionada pelo Conflito emocional, pelo medo e pela baixa auto-estima, porque a pessoa não se valoriza. É insegura quanto a si mesma, dai busca que os outros a valorizem, e dai quando sofre alguma ofensa, perde a cabeça.
É preciso construir uma personalidade bem estruturada, segura, porque vejam, são muitos os motivos que nos afligem, injustiças sociais, política, sociedade composta por pessoas violentas, desrespeitosas, preconceituosas, conflitadas e assim por diante.
Essas circunstâncias e pessoas todas são um chamado para nossa auto- transformação. Normalmente aqui falamos, onde está nossa dificuldade, mora a nossa carência espiritual.
Além da necessidade de conhecer-se a si mesmo, é preciso desenvolver a capacidade da compreensão de que cada pessoa esta em um nível evolutivo diferente, e quanto mais agressivas e injustas, menos evoluídas são, e ninguém poderá fazê-las mudar, a não ser a própria vontade ou o sofrimento.
Cada um de nós tem uma característica psíquica diferente e estamos aqui na Terra para desenvolver aquilo que ainda não conseguimos, ou seja, para evoluir trabalhando as nossas sombras.
Então buscando a compreensão de si mesmo e da realidade da diferença entre cada Ser Humano e diante de uma crítica, é preciso avaliar a verdade disto, e caso se constate que há fundamento na crítica, é preciso ser humilde para reconhecer e mudar.
***Daí novamente frisamos sobre a necessidade do combate ao egoísmo, melindre e orgulho para que se possa reconhecer as próprias falhas e defeitos de personalidade e combate-las em si mesmo.
Leandro Carnal, um historiador bem conhecido, em uma entrevista, deu um exemplo engraçado nesse sentido, quando disse que se alguém o chamasse de "careca" ele não poderia se aborrecer, porque realmente ele é careca, então ele ignoraria.
Também disse que se alguém o chamasse de "filho da......." , daí ele iria parar e pensar: " bem, das duas uma, ou minha mãe seria mulher da vida, então o que ele falou seria verdade, ou não, então como minha mãe não é isso que ele falou, nada disso é verdade, então irei ignorar também e seguir.
A crítica tem seu lado construtivo, mas no caso de sofrer crítica e verificar que
é injusta, o melhor é desconsiderar, porque sem dúvidas que neste caso trata se de uma projeção psicológica, ou seja, o outro vê em você não o que você é, mas o que ele mesmo é e não gostaria de ser.
Ruminar os acontecimentos também é muito destrutivo, alimenta a ira, é preciso ter uma visão diferente da situação para que ela se extingua. É preciso se libertar do vitimismo tendo plena consciência que cada Ser é completamente responsável por tudo que ocorre consigo mesmo.
Porque a vida que temos hoje é consequência de nossa escolhas no passado e de nossas ações no presente. É preciso tomar a direção da própria vida para si mesmo.
Por outro lado é preciso assumir uma postura tranquila, gentil e empática, sempre buscando reagir com inteligência, diálogo franco e sincero, sempre.
Nesse aspecto diz Joanna de Angelis na Obra Auto-descobrimento; uma busca interior cap. 10:
"Ninguém deve envergonhar-se ou conflitar-se por ser vítima da raiva, fenômeno perfeitamente normal no trânsito humano. O que se deve evitar são o escamoteamento dela, pela dissimulação, mantendo-a intacta; o desdobramento dos seus prejuízos pelo remoer do fator que a gerou; a autocompaixao, por sentir-se injustiçado; o desejo de revide mediante a agressividade ou acompanhando o deperecer, o sofrimento do antagonista."
Não somos piores porque sentimos raiva, todos temos emoções e a raiva faz parte, apenas necessitamos administra-la, pensando antes de reagir, silenciando à fim de acionar a gentileza e humildade de quem também se acha passível de erros e virtudes.
Aprender a lidar com as frustrações, combatendo o hábito do melindre e agindo com empatia e paciência, buscando entender que sempre o ofensor é alguém em desequilíbrio, alguém que não está bem.
***O cuidado deve ser o de procurar não disfarçar a raiva(escamoteamento), porque a raiva, muitas vezes vem disfarçada pelo verniz social, vamos analisar alguns exemplos:
1@ Ter o hábito de falar que Deus vai castigar: é uma camuflagem da raiva de quem só olha os outros mas não para si, esconde por detrás de religião, seus defeitos criticando os outros.
2@ Crítica: muitas vezes a chamada crítica construtiva movida por uma deficiência moral, a INVEJA. E projeta nos outros.
3@ ironia ou humorismo ácido: A pessoa tenta diminuir o outro por raiva.
seja por alguma conquista, ou quando a pessoa chama a atenção por ser carismática. Aqui o que move a pessoa também é a INVEJA.
4@ soberba: Tudo o que os outros falam costitue ofensa para pessoa egocêntrica que coleciona raivas. Também por questões morais não elaboradas, neste caso pelo ORGULHO.
Então é bom fazer essa análise para verificar se você se encaixa em um desse casos, porque somente ver os defeitos dos outros é ORGULHO e não leva a nada de bom, apenas conduz a uma situação evolutiva estacionária.
*****
A vingança por outro lado é baixa, Jesus permitiu a defesa mas interditou a vingança.
Isso está no evangelho.
O melhor é demonstrar o descontentamento e procurar com educação resolver a questão tentando sempre o diálogo.
Não julgar o outro, mas se ater a atitude que o outro praticou.
Nos esclarece ainda Joanna de Angelis em "'Conflitos Emocionais" que:
"... Por fim, o autocontrole que cada qual deve manter em relação às suas reações emocionais de qualquer natureza, disciplinando a vontade, educando os sentimentos e adaptando-se a novos hábitos saudáveis imprescindíveis a uma existência rica de saúde."
Devemos acionar toda energia e os meios necessários para o combate à raiva negativa.
Na situação de encontrar dificuldade em lidar e anular os conflitos, é necessário buscar ajuda psicoterápica.
A terapia da prece e da meditação ajudam a reabastecer as boas energias, conduzindo à segurança, calma e paz. Assim como todo programa ou leitura que possa trazer idéias otimistas e altruístas.
É tempo de mudança de comportamento, de assumir melhores atitudes.
Como dizia Mahatma Gandhi em " A virtude da Raiva":
"A RAIVA pode ser usada para o bem, a raiva é para as pessoas, assim como o combustível é para o automóvel, Ela nos dá energia para seguir em frente e chegar a um lugar melhor. Sem ela não teríamos motivação para enfrentar os desafios".
Gandhi sofreu injustiça e preconceito, mas canalizou sua raiva para libertar uma nação sem levantar uma arma sequer.
Devemos nos adequar à não violência, que não significa não sentir nunca a raiva, mas agir com não violência é agir com inteligência emocional.
A nossa indignação com as coisas erradas, com as injustiças, com a crueldade alheia, deve ser canalizada para coisas boas, para operar mudanças na sociedade e no grupo em que vivemos.
Estamos em tempos de não tolerar mais essas coisas erradas, mas não pela destruição, violência, vingança, agressão, mortes, isso deve ficar lá atrás no tempo das cavernas.
Estamos aqui para transformar o Mundo em um lugar melhor para vivermos, pelo poder da palavra, das ações no bem, pela busca da Justiça, pela razão, moderação e inteligência.
A nossa raiva deve ser canalizada para construir e não para destruir, então Utilizemos nossa raiva para a construção de um Mundo melhor.
Paz e Luz .
Quantas problemas na vida, muitas vezes graves, são resultado da ação da raiva não é?
Todos somos acometidos pela raiva, a diferença está na reação, ou seja, como essa raiva é canalizada.
Não é que seja errado sentir raiva, ela é natural ao ser humano porque está ligada ao sentimento de defesa, aos instintos primitivos, porque na era primitiva era preciso muitas, vezes matar para sobreviver, mas hoje isso não é mais necessário, Não somos mais primitivos e devemos usar muito mais a razão e emoção do que os instintos.
A RAIVA precisa ser canalizada à nosso favor, na hora certa, medida certa e com a pessoa certa, a fim de não ser despejada nas pessoas erradas e em momentos inoportunos.
Joanna De Angelis diz em "Conflitos Existenciais" que:
" A raiva é um sentimento que se exterioriza toda vez que o Ego sente-se ferido, liberando esse abominável adversário que destrói a paz do indivíduo..."
Muitas vezes o indivíduo reage sem pensar, e parece se regozijar em reagir, sustentando a sua superioridade sobre o outro, é o egoísmo falando mais alto e provocando no mais das vezes, efeitos muito danosos.
Basta ver nos noticiários, no trânsito por exemplo, quantos pequenos incidentes viram tragédias por conta da raiva gerada pelo orgulho ou complexo de inferioridade.
Então pergunta: O que te faz sentir raiva e o que está fazendo com isso?
Você costuma estar frequentemente de mau humor?
explode com facilidade?
É uma pessoa vingativa?
Diante de uma ofensa, Você rapidamente revida sem pensar e ofende a pessoa também ou você pensa sobre ter alguma verdade no que foi dito?
Você pondera sobre a pessoa ter algum problema emocional sério, desequilíbrio ou recalque e pensa em relevar algumas vezes a ofensa recebida?
Para começar a barrar os efeitos nocivos da raiva é importante perceber a manifestação e o motivo da ação da raiva em si mesmo.
Porque existe a graduação da raiva, o mau humor por exemplo, é a raiva passiva, já a vingança é talvez a pior expressão da raiva, porque apesar de passar pela racionalização, por falta de desenvolvimento emocional e moral, a pessoa muitas vezes age pior do que quem a ofendeu, então existe uma maldade na atitude vingativa.
Joanna De Angelis na Obra " Conflitos Existenciais cap. 3" diz que:
" Inerente à todos os animais, no ser humano, porque portador de vontade e discernimento, é responsável por transtornos que conseguem obscurecer-lhe a razão e perturbar-lhe o equilíbrio produzindo danos emocionais...".
A emoção é repentina, todos sabemos, ela não passa pelo crivo da razão, mas todos nós temos possibilidade e obrigação de racionalizar sim, de frear o impulso emocional negativo.
Podemos e devemos canalizar a emoção da raiva de maneira positiva.
A raiva expressa de maneira negativa possue duas vertentes, uma de procedência atual, desta vida mesmo e outra de natureza espiritual, que se origina em vidas passadas.
A raiva pode se iniciar na infância, onde na educação do filho, os pais injustos e até agressivos mantinham o hábito de não dialogar, achando sempre a opinião do filho pouco importante, ou ainda não se interessando pelos problemas do filho, muitas vezes não dando -lhe a oportunidade de defesa, gerando complexo de inferioridade, revolta, frustração, ressentimento e raiva acumulada, que leva sempre a criança a agir na fase adulta, com agressividade e na defensiva, como se sempre o Mundo e todas as pessoas estivessem lhe perseguindo.
Outras vezes a pessoa por timidez guarda ressentimentos que geram a raiva também.
Porque tudo que não é digerido alimenta os nossos "complexos", que são as experiências associadas as emoções.
Se na gaveta dos complexos estão muitas experiências em que a raiva foi ficando abafada, não sendo bem direcionada porque ela ficou guardada, dai em determinada situação a pessoa pode implodir ou explodir.
São emoções repetidas que geraram raiva não processada, e dai, essa emoção repetida, resulta em processos de raiva hoje, no presente.
Como por exemplo, alguém afetar a pessoa na questão de carência afetiva. Seria o chamado " calcanhar de Aquiles" , basta tocar o complexo da pessoa nessa questão da carência e prontamente ela poderá explodir num acesso de raiva.
Em relação às causas anteriores a presente existência, a personalidade ainda primitiva e pouco desenvolvida moralmente, traz para a presente reencarnação seus defeitos e mazelas.
Como por exemplo o melindre, que faz com que as reações sejam exageradas e desproporcionais.
Porque o melindre normalmente vem de vida passada, da manutenção do hábito de ter os desejo e todos os caprichos atendidos a qualquer preço, desconsiderando os direitos e necessidades alheios, com desejo de que todos sejam e ajam conforme o próprios desejos, conforme as próprias conveniências. Trata-se do egoísmo sempre falando mais alto.
Por outro lado, devido aos erros cometidos em existência anterior, instala -se na alma, no inconsciente da criatura, a culpa e o medo de ter que pagar e responder pelos erros cometidos. Isso é muito comum à grande numero de pessoas.
Há um ditado popular que diz que o "ataque é a melhor defesa", essa frase é uma verdade, porque psicologicamente, o medo faz com que a pessoa esteja sempre armada para mesmo antes de ser atacada, se defender, porque a criatura é violenta e descompensada emocionalmente.
A culpa gera a raiva, porque existe aí a tendência de auto-punição, onde sem perceber a pessoa trabalha pela própria infelicidade, não se permitindo vivenciar situações e relacionamentos que poderiam lhe proporcionar felicidade. Isso porque inconscientemente, a criatura não se acha merecedora de ser feliz e amada.
Por outras vezes assume o vitimismo, sempre achando o mundo e as pessoas culpadas pela sua infelicidade.
***Bem, sendo de origem espiritual ou da presente existência, é dever de todas as pessoas buscar ter reações mais brandas e melhores diante das situações mais desafiadoras da vida.
Reagir mal ou até pior do que o suposto agressor ou causador do problema, é se colocar abaixo, pior do que o ofensor e é sinal de falta de evolução espiritual e maturidade emocional.
É muito negativo de deixar envolver pelo orgulho e reagir mal à uma situação porque depois vêm a culpa.
A RAIVA sempre está ligada aos instintos e ao lado mais inferior do ser, que pelo instinto brutal e pelo orgulho, reage instantaneamente quando teria toda condição de ser mais compreensivo, utilizando as partes nobres do cérebro que permitem a avaliação, e reação às ofensas de maneira mais branda e justa.
Além disso tudo, o acúmulo de adrenalina faz com que o raciocínio fique embotado, isso resulta em diversos males à saúde que causam as somatizações que quando não tratadas, culminam em processos degenerativos de alguns órgãos, além de consequências funestas como os crimes por exemplo.
***Sobre isso diz Joanna De Angelis em " Auto-descobrimento Cap.10":
"A raiva é um fator de frequentes conflitos, que aparece repentinamente,
provocando altas descargas de adrenalina na corrente sanguínea, alterando o equilíbrio orgânico e, sobretudo, o emocional".
E ainda continua:
"As ondas mentais perturbadoras da raiva sobre as células afeta-as, e a inconsciente necessidade de autopunição pelo acontecimento, facilita-lhes a degenerescência. Assim, ter raiva e bem canalizá-la, até a sua diluição, é característica de ser humano lúcido e saudável."
Bem, agora que entendemos um pouco sobre o que é a raiva e suas consequências, o que devemos fazer diante dela?
Percebemos facilmente que a Incapacidade de Lidar Com a Raiva se dá por conflitos emocionais não resolvidos, e também por questões morais não trabalhadas, como o orgulho, a vaidade e egoísmo.
A melhor aprendizado de como agir melhor diante das situações mais desafiadoras vem através de exemplos.
Embora Não seja o comum, vemos na sociedade, exemplos de pessoas que são brandas quando ofendidas, nunca respondem a uma ofensa com agressão, mas sim com caridade, educação e inteligência emocional, consequentemente ao mesmo tempo que se defendem pacificamente, agem com elegância e desmontam o agressor muito mais do que se revidassem. Tratam-se de pessoas que já desenvolveram também um certo grau de espiritualidade.
Pessoas que não reagem diante de uma ofensa, ou quando o fazem, é de forma oposta ao agressor, desmontando o agressor, respondendo com firmeza, mas com educação, demonstram saúde emocional e segurança.
Quem age assim tem a consciência tranquila e sabe quem é e já desenvolveu também um certo grau de espiritualização.
Se desejamos ser pessoa melhores e ter paz na vida, precisamos também desenvolver inteligência emocional e espiritualização, e para isso é preciso o
auto-conhecimento para o descobrimento dos porquês de nossas reações e também trazer à tona os nossos conflitos e defeitos de personalidade à fim de corrigi-los.
Por outro lado, é importante ainda que com humildade, reconhecer nossas virtudes também, porque quando sabemos quem somos e quando temos uma personalidade auto-afirmada, a opinião ou ofensa alheia nos incomoda bem menos, porque sabemos serem desprovidas da verdade.
O ditado " Antes reagir respire fundo e pense 10 vezes" é correto. Porque é preciso dar tempo ao cérebro de elaborar a melhor reação e pensar na consequências.
Justamente porque muitas vezes a raiva é acionada pelo Conflito emocional, pelo medo e pela baixa auto-estima, porque a pessoa não se valoriza. É insegura quanto a si mesma, dai busca que os outros a valorizem, e dai quando sofre alguma ofensa, perde a cabeça.
Sobre isso novamente Joanna De Angelis nos esclarece em " Auto-descobrimento Cap.10":
"A raiva se instala com facilidade nas pessoas que perderam a auto-estima e se comprazem no cuidado pela imagem que projetam e não pelo valor de si mesmas."
Muitas vezes a raiva é acionada pelo Conflito emocional, pelo medo e pela baixa auto-estima, porque a pessoa não se valoriza. É insegura quanto a si mesma, dai busca que os outros a valorizem, e dai quando sofre alguma ofensa, perde a cabeça.
É preciso construir uma personalidade bem estruturada, segura, porque vejam, são muitos os motivos que nos afligem, injustiças sociais, política, sociedade composta por pessoas violentas, desrespeitosas, preconceituosas, conflitadas e assim por diante.
Essas circunstâncias e pessoas todas são um chamado para nossa auto- transformação. Normalmente aqui falamos, onde está nossa dificuldade, mora a nossa carência espiritual.
Além da necessidade de conhecer-se a si mesmo, é preciso desenvolver a capacidade da compreensão de que cada pessoa esta em um nível evolutivo diferente, e quanto mais agressivas e injustas, menos evoluídas são, e ninguém poderá fazê-las mudar, a não ser a própria vontade ou o sofrimento.
Cada um de nós tem uma característica psíquica diferente e estamos aqui na Terra para desenvolver aquilo que ainda não conseguimos, ou seja, para evoluir trabalhando as nossas sombras.
Então buscando a compreensão de si mesmo e da realidade da diferença entre cada Ser Humano e diante de uma crítica, é preciso avaliar a verdade disto, e caso se constate que há fundamento na crítica, é preciso ser humilde para reconhecer e mudar.
***Daí novamente frisamos sobre a necessidade do combate ao egoísmo, melindre e orgulho para que se possa reconhecer as próprias falhas e defeitos de personalidade e combate-las em si mesmo.
Leandro Carnal, um historiador bem conhecido, em uma entrevista, deu um exemplo engraçado nesse sentido, quando disse que se alguém o chamasse de "careca" ele não poderia se aborrecer, porque realmente ele é careca, então ele ignoraria.
Também disse que se alguém o chamasse de "filho da......." , daí ele iria parar e pensar: " bem, das duas uma, ou minha mãe seria mulher da vida, então o que ele falou seria verdade, ou não, então como minha mãe não é isso que ele falou, nada disso é verdade, então irei ignorar também e seguir.
A crítica tem seu lado construtivo, mas no caso de sofrer crítica e verificar que
é injusta, o melhor é desconsiderar, porque sem dúvidas que neste caso trata se de uma projeção psicológica, ou seja, o outro vê em você não o que você é, mas o que ele mesmo é e não gostaria de ser.
Ruminar os acontecimentos também é muito destrutivo, alimenta a ira, é preciso ter uma visão diferente da situação para que ela se extingua. É preciso se libertar do vitimismo tendo plena consciência que cada Ser é completamente responsável por tudo que ocorre consigo mesmo.
Porque a vida que temos hoje é consequência de nossa escolhas no passado e de nossas ações no presente. É preciso tomar a direção da própria vida para si mesmo.
Por outro lado é preciso assumir uma postura tranquila, gentil e empática, sempre buscando reagir com inteligência, diálogo franco e sincero, sempre.
Nesse aspecto diz Joanna de Angelis na Obra Auto-descobrimento; uma busca interior cap. 10:
"Ninguém deve envergonhar-se ou conflitar-se por ser vítima da raiva, fenômeno perfeitamente normal no trânsito humano. O que se deve evitar são o escamoteamento dela, pela dissimulação, mantendo-a intacta; o desdobramento dos seus prejuízos pelo remoer do fator que a gerou; a autocompaixao, por sentir-se injustiçado; o desejo de revide mediante a agressividade ou acompanhando o deperecer, o sofrimento do antagonista."
Não somos piores porque sentimos raiva, todos temos emoções e a raiva faz parte, apenas necessitamos administra-la, pensando antes de reagir, silenciando à fim de acionar a gentileza e humildade de quem também se acha passível de erros e virtudes.
Aprender a lidar com as frustrações, combatendo o hábito do melindre e agindo com empatia e paciência, buscando entender que sempre o ofensor é alguém em desequilíbrio, alguém que não está bem.
***O cuidado deve ser o de procurar não disfarçar a raiva(escamoteamento), porque a raiva, muitas vezes vem disfarçada pelo verniz social, vamos analisar alguns exemplos:
1@ Ter o hábito de falar que Deus vai castigar: é uma camuflagem da raiva de quem só olha os outros mas não para si, esconde por detrás de religião, seus defeitos criticando os outros.
2@ Crítica: muitas vezes a chamada crítica construtiva movida por uma deficiência moral, a INVEJA. E projeta nos outros.
3@ ironia ou humorismo ácido: A pessoa tenta diminuir o outro por raiva.
seja por alguma conquista, ou quando a pessoa chama a atenção por ser carismática. Aqui o que move a pessoa também é a INVEJA.
4@ soberba: Tudo o que os outros falam costitue ofensa para pessoa egocêntrica que coleciona raivas. Também por questões morais não elaboradas, neste caso pelo ORGULHO.
Então é bom fazer essa análise para verificar se você se encaixa em um desse casos, porque somente ver os defeitos dos outros é ORGULHO e não leva a nada de bom, apenas conduz a uma situação evolutiva estacionária.
*****
A vingança por outro lado é baixa, Jesus permitiu a defesa mas interditou a vingança.
Isso está no evangelho.
O melhor é demonstrar o descontentamento e procurar com educação resolver a questão tentando sempre o diálogo.
Não julgar o outro, mas se ater a atitude que o outro praticou.
Nos esclarece ainda Joanna de Angelis em "'Conflitos Emocionais" que:
"... Por fim, o autocontrole que cada qual deve manter em relação às suas reações emocionais de qualquer natureza, disciplinando a vontade, educando os sentimentos e adaptando-se a novos hábitos saudáveis imprescindíveis a uma existência rica de saúde."
Devemos acionar toda energia e os meios necessários para o combate à raiva negativa.
Na situação de encontrar dificuldade em lidar e anular os conflitos, é necessário buscar ajuda psicoterápica.
A terapia da prece e da meditação ajudam a reabastecer as boas energias, conduzindo à segurança, calma e paz. Assim como todo programa ou leitura que possa trazer idéias otimistas e altruístas.
É tempo de mudança de comportamento, de assumir melhores atitudes.
Como dizia Mahatma Gandhi em " A virtude da Raiva":
"A RAIVA pode ser usada para o bem, a raiva é para as pessoas, assim como o combustível é para o automóvel, Ela nos dá energia para seguir em frente e chegar a um lugar melhor. Sem ela não teríamos motivação para enfrentar os desafios".
Gandhi sofreu injustiça e preconceito, mas canalizou sua raiva para libertar uma nação sem levantar uma arma sequer.
Devemos nos adequar à não violência, que não significa não sentir nunca a raiva, mas agir com não violência é agir com inteligência emocional.
A nossa indignação com as coisas erradas, com as injustiças, com a crueldade alheia, deve ser canalizada para coisas boas, para operar mudanças na sociedade e no grupo em que vivemos.
Estamos em tempos de não tolerar mais essas coisas erradas, mas não pela destruição, violência, vingança, agressão, mortes, isso deve ficar lá atrás no tempo das cavernas.
Estamos aqui para transformar o Mundo em um lugar melhor para vivermos, pelo poder da palavra, das ações no bem, pela busca da Justiça, pela razão, moderação e inteligência.
A nossa raiva deve ser canalizada para construir e não para destruir, então Utilizemos nossa raiva para a construção de um Mundo melhor.
Paz e Luz .
Nenhum comentário:
Postar um comentário